07/01/2010

Pobreza urbana: Levando o cidadão a fazer melhor o que já faz, com perspectiva de crescimento

Foi uma vez mais muito agradável interagir com os nossos compatriotas internautas. As diferentes intervenções demonstraram que afinal tanto a toponímia como a padronização das línguas moçambicanas são mesmo temas da actualidade.
Também nos apercebemos que muitos dos que estão a participar neste debate são jovens, alguns dos quais com informação muito importante sobre a história dos nomes de certas localidades e a forma como esses nomes se deveriam escrever. Felizmente, temos agora o Instituto de Nomes Geográficos de Moçambique que, acreditamos, vai ter também nestes internautas valiosos informantes.
Não estamos a fechar este interessante debate mas gostaríamos de trazer um outro assunto para reflexão: a pobreza urbana.
Um dos nossos próximos desafios será o reforço das nossas acções de luta contra a pobreza no meio urbano. Vários factores estão por detrás dos níveis de pobreza que se registam nas nossas cidades e vilas, um mal que é agravado pelas condições de higiene e saneamento bem como pela forma precária de organização e funcionamento dos diferentes serviços e pelos baixos níveis de exploração das oportunidades de crescimento e afirmação desses empreendimentos.
O emprego apresenta-se como um dos fundamentos para a luta contra a pobreza no meio urbano. Porém, os postos de trabalho gerados pelos sectores público e privado revelam-se insuficientes para abranger os muitos compatriotas desempregados ou no sub-emprego. Olhando para a realidade das nossas cidades e vilas vemos que existem muitas oportunidades para geração de emprego que deveríamos explorar. Vamos de seguida dar alguns exemplos.
Com o aumento da frota de viaturas, a actividade de reparação mecânica e serviços afins está a conhecer um rápido crescimento. Todavia, a esmagadora maioria das oficinas são precárias ou improvisadas. Não parece estar embutida nalguns destes operadores a visão de crescimento e de especialização. Conhecemos algumas destas oficinas há anos e ainda hoje funcionam da mesma maneira. Temos que despertar nestes compatriotas a necessidade de se fixarem de forma mais organizada, de se registarem, de formarem associações e de criarem a sua base de capital para assegurar futuros investimentos. O mesmo se aplica aos moçambicanos que limpam ou guardam viaturas em mercados, repartições ou locais de culto. Há coisas que eles podem fazer melhor para merecerem confiança e atraírem mais clientes.
Os latoeiros, barbeiros, engraxadores, pedreiros, electricistas, canalizadores, alfaiates, modistas, reparadores de electro-domésticos e operadores de outros serviços similares podem ter a sua própria organização, o seu próprio espaço de trabalho, as suas formas de contacto e, até avançarem para um directório público. Organizados estarão em condições de obter certificação oficial, definir regras de funcionamento e de ética bem como diferenciar entre o mestre, o ajudante e o aprendiz.
No domínio dos transportes temos visto compatriotas a trazerem novas invenções para o mercado. Temos aquele inventor do Búzi que já registou uma motorizada e um carro da sua criação, o do Chokwe que patenteou o seu carro e o do Nanhupo-Rio que diz que está sempre a inventar mais uma coisa de utilidade pública. Uma das nossas perguntas é: quem é que vai produzir a nova geração de txova, com pedais ou motor, para trazer maior eficiência e comodidade no transporte de bens de e para os mercados?
Nas cidades e vilas regista-se o aumento de indústrias, como a de fabrico de sumos, partir da fruta fresca, de confecção de bolos bem como a de produção de blocos. No mesmo contexto, multiplicam-se oficinas de carpintaria, de serralharia e de estofaria. Estas indústrias, que são iminentemente caseiras, operam, muitas vezes, sem controlo de qualidade, sem condições aceitáveis de higiene e segurança no trabalho e não se guiam pela escala de operação. São, portanto, de carácter precário, faltando-lhes orientação profissional, organização e gestão para se tornarem empresas com condições para crescimento e até especialização. A necessidade de profissionalização destes serviços, sua organização e categorização de quem lá trabalha revela-se importante.
Nas vilas e cidades existe muito potencial para o nascimento e afirmação de novas indústrias caseiras organizadas nos moldes como os descritos acima. Estes são os casos das indústrias de cestaria decorativa, artefactos turísticos, bordados, batik e tapeçarias. Nesta, como noutras áreas, a inovação, a criatividade e o empreendedorismo podem ser incentivados para a criação de mais postos de emprego, factor importante na luta contra a pobreza urbana. Nesta dinamização da actividade social e económica podem nascer centros de difusão de tecnologias, de venda de acessórios e de centros de formação com a devida certificação. Revistas e jornais podem encontrar fontes de notícias para divulgação de casos de sucesso.
Na actividade comercial, o sector informal gera muitos postos de emprego mas melhor organizado poderia gerar muitos mais ainda. A melhoria das condições de higiene e conservação dos produtos bem como de apresentação, com farda, do vendedor podem atrair muitos mais clientes aumentando a sua renda. Ficamos muito impressionados com a informação que a ASSOTSI nos prestou em Outubro último segundo a qual para além de venderem produtos de terceiros estavam a considerar dedicar-se à produção agrária, a partir de 2010. Quer dizer, eles querem passar a fornecedores de alguns dos produtos para o consumidor o que pode contribuir para baixar o preço desses produtos e aumentar mais ainda a sua renda.
Ainda no sector informal, consideramos que as barracas poderiam ser associadas a actividades lúdicas como jogos de bilhar e à boa culinária moçambicana, com ementas variadas. A ideia seria que as barracas passassem a ser locais que atraem muitas mais famílias que buscam o repouso, a diversão e a boa comida. Por outro lado, uma melhor organização dos bares, restaurantes, quiosques e similares contribuiria para elevar os níveis de empregabilidade e das condições de trabalho para os trabalhadores.
O turismo está em franco crescimento criando, para os nossos compatriotas, outras oportunidades para combaterem a pobreza. O transporte dedicado, os guias turísticos, as exposições, mercados e feiras de obras de arte e cultura são exemplos do que pode ser feito nas nossas cidades e vilas.
Nas praias, para além da melhoria das condições de higiene dos locais para “comes e bebes”, existe a oportunidade de serviços diversos como são os casos de venda de folhetos com informações diversas, de aluguer de sombrinhas de praia, cadeiras e de aceder a serviços de instrutores e equipamento de natação. A provisão de serviços de agentes salva-vidas, mergulhadores, operadores de barcos de recreio, entre outros, entra nesta equação. O turismo sairia mais enriquecido e as alternativas de emprego iriam, por consequência, aumentar.
Finalmente temos as áreas de concentração dos municípios que podem ser exploradas para gerar mais postos de trabalho. Vemos oportunidades, por exemplo, na recolha e tratamento de resíduos sólidos, na gestão de mercados, de jardins e de casas de banho públicas bem assim na limpeza de ruas e sarjetas, só para dar alguns exemplos.
A formação de associações tem algumas vantagens. De entre elas destaque vai para a possibilidade que criam para os seus membros reflectirem sobre os desafios e as oportunidades que lhes são comuns. A outra vantagem prende-se com o facto de, através deste organismo, os seus membros terem uma forma de interagir com o governo e com o sector financeiro. A terceira é que através da associação se separa o trigo do joio e se pode criar maior confiança com o cliente. A quarta é que quando um cliente faz uma encomenda vários membros podem juntar-se para satisfazê-la em muito menos tempo.
O maior conhecimento das oportunidades que a Lei de Trabalho oferece e das que são criadas pela simplificação de procedimentos para constituição de empresas e para a canalização de contribuições fiscais revelam-se de grande utilidade na luta contra a pobreza urbana. De igual modo, a actividade de formação, nas suas diversas variantes e períodos de duração, especialmente a virada para o saber fazer, aparece como outro elemento essencial.
Nós podemos vencer a pobreza urbana, mas para isso, cada um de nós precisa de aceitar e acreditar que é mesmo possível. Que pode mudar as suas condições de vida, contando, em primeiro lugar, com o seu génio e mãos dextras e encarar os apoios de terceiros, que nós vamos prestar, como complementares ao que está a fazer. A auto-estima é fundamental nisto.
Procuramos trazer aqui algumas ideias ilustrativas daquilo que podemos fazer para intensificar as nossas acções de luta contra a pobreza no meio urbano. Como sempre conto com os vossos conselhos e observações sobre o que mais podemos fazer para gerar postos de trabalho sustentáveis nas nossas cidades e vilas.

Armando Emílio Guebuza
(Presidente da República de Moçambique)

14 comentários:

  1. Sr Presidente
    Comecei recentemente a acompanhar o blog e~de principio pensei que não fosse voltar a actualizar após a sua eleição. mais parecia um blog de campanha, mas pelo ritmo das postagens tenho que o parabenizar.

    Sobre a pobreza Urbana, há muito por se fazer ainda em moçambique. talvés aqui as autarquias desempenhem um papel importante, mas se não houver uma acção enérgica, identica ao fundo de iniciativa local, ou os 7 milhões como muitos apelidaram, será muito dificil visualizar resultados de redução de pobreza urbana. por isso sr. Presidente, meu presidente e dos Moçambicanos, leve em curso algumas iniciativas de âmbito urbano que regulem e impulsionem negocios informais que vão ganhando peso nas zonas urbanas.

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  2. Deviam criar um fundo de desenvolvimento urbano com juros acessiveis para os pequenos vendedores formais e informais.
    Ha muitas actividades de geracao de renda nas cidades que nao sao acarinhadas pelas autoridades Municipais em Mocambique, alias a unica coisa que a policia Municipal em Maputo e na Matola fazem e andar a expulsar estas iniciativas sem alternativas e a extorquir os vendedores ambulantes. Falta uma atitude.

    Obrigado

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  3. Sr. Presidente, gostei muito de ter tido acesso a esta pagina, principalmente porque pede que a Juventude comece a ganhar consciencia de que o Pais esta e estara nas nossas maos.

    Numa das pasagens do texto acima, o Sr, Presidente, fala do Turismo da Arte e Cultura. Este ponto me e muito importante, pois eu ja a 2 anos estou a tentar trazer para Mocambique grupos de Jovens Universitarios de diversas partes do mundo e cursos, tais como engenharia, medicina, turismo, agronomia e muito mais. Estes jovens para alem de serem estudantes dedicam-se a actividades culturais recreativas (TUNOS ACADEMICOS), e os mesmos ja pediram-me para organizar um festival academico nesta dimensao, os mesmos pretendem pagar o seu proprio bilhete. O espanto e que os mesmo nao pedem locais de alojamento luxuosos, mas sim ate para acampar se possivel num distrito, vila, em qualquer lugar.

    Os mesmos pretendem trocar experiencias, ideias com jovens Mocambicanos. Nos ca como Mocambicanos, iriamos ganhar tanto na area do Turismo, cultura e arte, intercambio, pois estes depois de virem a Mocambique, que nao sao poucos ultrapassam 500 jovens, poderiam divulgar as maravilhas do turismo, acolhimento e simpatia do Povo Mocambicano.

    Tambem, os mesmos, estao dispostos a uma actividade nao remuneravel dentro do nosso PAis, nas aldeias,Distritos, Vilas, tanto na area de Medicina e agricultura no ambito voluntariado. Nestas praticas, nos saimos a vencer Camarada Presidente, assim deixo o meu desabafo, em nao conseguir ajuda suficiente para poder traze-los ca.

    Ainda, gostaria de dizer, que muito tenho feito para dar o meu contributo como Jovem Mocambicano, so no ano passado, tentei levar a alegria aos nossos irmaos Mocambicanos victimas da XENOFOBIA na vizinha Africa do Sul, na cidade de Durban, no dia da nossa independencia, bati todas as portas possiveis, fui ao gabinete de Sua Excelencia Ministro da Juventude, este que tudo fez para me ajudar dando-me ulgumas cartas para pedido de patrocinio a algumas empresas nossas, o meu espanto foi a escassos dias do dia 25, quando recebo infomrcao de ja nao me dariam apoios, isto deixou-me triste como Mocambicano e Jovem.

    Camarada Presidente, a juventude esta pronta para desenvolver o Pais, acredito eu, pois tudo tenho feito para tal, o unico problema, sao as barreiras que encontramos, em alguns locais de acesso, seja economico, social.

    Forca Presidente, espero ter contribudo com algo.

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  4. Um texto muito interessante; inspirador.
    Sr Presidente, no texto que acabo de ler, quero destacar duas ideias principais que, quanto a mim, enformam a ideia principal:
    1. Existem oportunidades que, exploradas ou optimizadas, podem contribuir para o combate à pobreza urbana. Prova disso são as diversas iniciativas que podemos testemunhar e que contribuem para a geração de emprego.
    2. Porém, para que essas iniciativas contribuam de forma eficaz no combate a pobreza urbana, é necessário, senão fundamental que as pessoas trabalhando em diversos sectores (a) se profissionalizem, (b) agrupem-se em associações e (c) aprimorem os seus conhecimentos sobre a legislação laboral para daí tirarem melhor proveito.
    No mesmo texto, está também implícita a ideia de que para o sucesso dessa luta contra a pobreza, é preciso que TODOS e cada um de nós preste a sua contribuição.
    Quero com isso concordar totalmente com as suas ideias, aliás, explanadas com clareza meridiana e inequívoca.
    Porém, faltou ouvir do Sr Presidente duas coisas quanto a mim importantes.
    (a) Será que os "mecânicos de rua", engraxadores, vendedores de rua e outros não estão cientes dessas oportunidades? Terá Sr Presidente se perguntado sobre o porquê dessa gente continuar a trabalhar de forma "desassociada" como têm estado a fazer? A ideia que o texto pode deixar implícita é de que a pobreza urbana existe em parte porque as pessoas não estão organizadas; não buscam organizarem-se em associações nem procuram especializarem-se, o que pode não ser necessáriamente esse o caso. Acho eu que existem problemas concretos que devem ser resolvidos a nível do Estado. Aliás, devia explorar-se melhor as ideias, os problemas e expectativas da ASSOTSI para melhor compreendermos os problemas dos que já estão envolvidos na actividade (comercial) informal.
    (b) No texto em apreço, o Sr Presidente falou apenas dos que já trabalham e do que eles podem fazer para alargar o seu âmbito de negócios, lucro e assim poder empregar os outros. Porém, uma das facetas desta pobreza urbana é exactamente o DESEMPREGO, que graça a maioria dos cidadãos, aliada à baixos níveis de escolaridade. Estes cidadãos, encalhados na armadilha da pobreza, não podem nem pensar em negócio muito menos em formas de se livrar do vício da pobreza uma vez estarem diáriamente a lutar para a obtenção do pão de cada dia. Com opoderemos então livrá-los desta armadilha? Acho que faltou aqui, alguma análise situacional a este respeito, que espero debatermos ainda mais ao longo deste debate.
    Por fim, o texto do Sr Presidente ilustra-nos algumas oportunidades que podem ser aproveitadas por nós, cidadãos, seja de forma individual, seja de forma colectiva, o que já é gratificante. Porém, resta saber do Sr Presidente, o que fará com o seu governo? Da mesma forma que explanou sobre as oportunidades que podem ser exploradas pelo povo, esperava também ouvir as principais linhas de acção do Governo e Estado no combate a essa pobreza urbana. O Sr Presidente mencionou por exemplo a falta de infraestruturas de água, saneamento e higiene. Como pensa abordar esse facto na sua governação?
    Muitos cumprimentos e estamos juntos.

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  5. Camarada Presidente, concordo consigo quando sugere que um dos grandes problemas que temos nas nossas iniciativas empresariais é a falta de perspectiva de crescimento. Se alguém abre uma barraca hoje, o mais provável é que continue barraca nos próximos dez anos. Não cresce para quiosque. Não cresce para pub ou bar. Não existe o pensamento de abrir um outro estabelecimento noutro bairro, numa perspectiva de cadeia de barracas ou de bares. Isto deve ter a ver com a nossa cultura de subsistência. Muitos de nós constituimos a primeira geração que saiu do campo para a cidade e não se libertou ainda da perspectiva da subsistência, tal como os nossos pais fazem nas suas machambas.

    Não começamos ainda a aprender dos nigerianos ou dos cidadãos dos grandes lagos que vivem entre nós. Se abre uma loja num contentor hoje, daqui a três meses acopla um segundo contentor. Um ano depois está a construir uma loja de raiz. Dois anos está a expendir e a constituir uma cadeia de lojas. Por algum fenómeno que ainda não logrei estudar, eles parecem ter se libertado das amarras da cultura tradicional de subsistência.

    Não creio que faça falta em algumas das nossas cidades algo como os 7 milhões. Muitas das nossas cidades já possuem formas alternativas e flexíveis de financiamento que carecem apenas de ganhar maior densidade. Talvez o que falta é este espírito de crescimento. Se eu começo o meu negócio com Tchuma, tenho que pensar em evoluir de modo a que, dentro de algum tempo, comece a financiar minhas actividades com o BIM ou com o BCI. Creio que o maior desafio, Camarada Presidente, há-de ser ao nível das mentalidades.

    O que é que o Governo deve fazer? (i) trabalhar para mudar a mentalidade de subsistência; (ii) melhorar e conferir mair confiabilidade às infra-estruturas; (iii) melhorar continuamente o ambiente de negócios e (iv) continuar a encorajar o surgimento e densificação de alternativas flexíveis de financiamento.

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  6. Saudaçoes Camarada Presidente, permita-me antes de mais apresentar as minhas felicitaçoes pela vossa reeleição ao cargo de Presidente da Republica, num processo em que ficou clara a vontade do nosso maravilhoso Povo. Muitos sucessos.

    Em relaçao a questão que coloca a luz para nossa reflexão, acho-a pertinete uma vez que permite abrir uma frente de debate sobre um dos maiores desafios da nossa sociedade, particularmente da juventude : Emprego e oportunidades!

    Reconheço e saudo efusivamente todo esforço em curso visando a consolidação da nossa caminhada rumo a nossa inquestionavel vitoria na luta contra Pobreza. A reflexão que apresenta é um exemplo das variadas oportunidades que as nossas cidades oferecem, e a questão, como transforma-las em oportunidades de negocio, preocupa grande parte da nossa juventude! é neste contexto que gostaria de partilhar a seguinte opinião:

    (I)No meu entender o desafio se centra em transformar gradualmente o Informal no Formal. Sei que existem esforços para tal, como é o caso da introdução de impostos simplificados para esta classe. Contudo, entendo que a questão esta no conceito do Informal. Sou de opinião que este seja gradualmente subistituido por Empreendedor e em função do crescimento, futuramente por Empresario!

    (II)Esta substituição ira permitir que a necessidade de visualizar uma oportunidade de negocio e materializa-la possa ser encorajada e introduzida no ensino (a todos os niveis).

    (III)Sem querer fugir da nossa realidade, numa pesquisa que fiz pela internet, tive oportunidade de partilhar uma pequena experiência com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas), a qual se incentiva pessoas singulares a abrirem os seus negocios em função de pequenas oportunidades ( como as que o Camarada Presidente nesta reflexão, sabiamente as descreveu), e estes são considerados Empreendedores Individuais, cujo os procedimentos para a sua oficialização são simplificados e permite um registo mui breve da iniciativa e se cultiva aprior, a obrigatoriedade do cidadão contribuir( atraves de taxas)para o desenvolviemnto da Urbe.

    Camarada Presidente São estas as minhas humildes contribuiçöes!

    Bem Haja camarada Presidente e parabens por mais esta iniciativa de dialogo, interactivo, aberto e inclusivo.

    Chakil F. P. AbooBacar

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  7. Excelentíssimo Senhor Presidente,

    Se me fosse pedido para resumir o seu texto numa palavra eu diria: organizai-vos. Da leitura do texto constato que, a Vosso ver, a solução da pobreza urbana reside na organização. E acrescento, no espírito de excelência.
    É bem verdade que alguém deverá incutir tal espírito de excelência nas pessoas. Aliás, é aí onde residem as maiores hipóteses de sucesso na criação da riqueza urbana.
    Tenho cinco irmãos e nenhum de nós teve insucessos, tanto na vida académica como na profissional, justamente porque nossos pais (nossas referências) sempre nos disseram: “filhos, sempre que tiverem que fazer algum trabalho, procurem sempre ser os melhores de todos”.
    E deu certo!

    Conclusões:

    1. É preciso ser organizado e procurar fazer as coisas com a maior perfeição e excelência possível;
    2. Para tal ser possível, é necessário que exista alguém (a referência) que inculque o espírito de excelência e organização.

    Um moçambicano que o admira muito.

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  8. Senhor Presidente

    Espero que nos cinco anos que se seguem olhe de verdade para o problema da pobreza urbana em Moçambique. Aqui em Tete ainda há cidades e vilas com problemas elementares de energia eléctrica, repito energia electrica, mesmo com a hidroelectrica de cahora bassa aqui ao Lado. Em Chitima, toda a gente ve os cabos passarem por cima e a verdadeira energia electrica nunca.
    Voltando para Tete, cidade que vai sendo neo-colonizada pelo Brasil, com a Vale por perto, que oportunidades são criadas para a redução da pobreza urbana se os melhores técnicos dessas multinacionais são estrangeiros ?
    Podemos nos organizar como cidadãos, nos associar, mas tal como diz o Senhor Egidio Vaz, será que é isso que vai mudar de verdade a nossa situação de pobreza? Onde é que fica o Municipio de Tete ? Qual é o seu papel ?

    Mahembas

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  9. Em 2005 alguem escreveu o seguinte que vale a pena partilhar:

    a) Satisfacao das necessidades: - educar, moralizar (se necessario a custa de legislacao) e punir infracoes.
    A MINHA QUESTAO EH: ONDE VAMOS BUSCAR O PODER DE IMPLEMENTACAO? TEMOS CAPACIDADE HUMANA SUFICIENTE? E AS FUGAS AO FISCO? NAO ESTAREMOS A FOMENTAR MAIS CORRUPCAO E BISCATOS PARA ALGUNS AGENTES DA POLICIA CAMARARIA? QUE MECANISMOS DE CONTROLE ADPOTAR? QUAIS OS CUSTOS? SERA QUE COMPENSA(DO PONTO DE VISTA ESTRITAMENTE CONTABILISTICO)?
    c) Interdição de venda de bebidas em qualquer lugar: Eh uma medida urgente e facilmente aplicavel. Nao nos podemos no entanto nos esquecer da questao dos biscatos para a policia camararia (pode ser combatido com canais de denucia, etc)
    d) Mobilização da Polícia camarária?? Meus caros este eh problema de todo o pais, soh com mudanca de sistema!! Guebuza parece disposto a faze-lo, tem dado mostras disso, penso que aqui o nosso papel e funcionarmos com UM GRUPO DE PRESSAO!
    2- As montras da cidade retiram a estética - O PLANEAMENTO DEVE OBDECER PRIORIDADES.
    b) Guardas de lojas vs Meninos da rua: esta questao eh mais um dos elementos dos produto: ESTIGMATIZACAO SOCIAL. Que fazer destes adultos? Nao basta dizer tem de parar com isto!! Algumas vez um de nos parou e fez o esforco de oferecer aquela
    manta que ja nao usa? Aquele casaco que ateh ja estah rasgado? ESTES COMPATRIOTAS TB SAO SERES HUMANOS, SENTEM FRIO!! Aqui a minha preocupacao maior eh o resultado de termos este tipo de exclusao social, etc. : CRIME, PROSTITUICAO, DELINQUENCIA, VIOLENCIA, etc. EH AQUI QUE ME COMECA A SURGIR A IDEIA DO CHEIRO A POBREZA!! SERA QUE O PROBLEMA MAIOR NAO EH: COLONIALISMO-GUERRA CIVIL- FAMILIAS POBRES E DESTRUIDAS- CRIANCAS(agora
    adultos, tinha que ser) DA RUA? NAO SERA MAIS EFICAZ ATACAR A FONTE? Uma vez mais penso que aqui funcionamos como grupo de pressao, mas tb como agentes activos (de ... em ... a galinha...) cada accao eh importante. REDUZAMOS O CHEIRO A POBREZA! Eh possivel propor mecanismos de utilizacao dos mais de 60% de OE destinados a esta causa.ETC.
    a) Comercio de rua: Pedro 100% de acordo! Esta questao eh bastante complexa, tao complexa que nao me atrevo a discuti-la em um ou dois paragrafos, porem em jeito de resumo o meu ponto eh o seguinte: o problema nao sao as pessoas que vendem na rua mas sim o pais que precisa de pessoas que vendem na rua, passo a explicar: O sector informal nao eh em si um problema, mais de metade do emprego em Mocambique eh informal e maior parte vende na rua!E vai la muita gente fazer compras.O problema eh que a economia Mocambicana eh relativamente tao pequena que nao tem condicoes de oferecer o nivel desejado de emprego, mesmo a economia local (da cidade capital) nao o pode fazer. CHEGA SE NAO COMPLICO MAIS AS COISAS! Mas penso que ideia eh ORGANIZAR O SECTOR INFORMAL, AUMENTAR O PODER DE
    DIRECCAO E GESTAO DESTE SECTOR, CRIAR CONDICOES PARA UM FUNCIONAMENTO CADA VEZ MENOS IMFORMAL. E isto nao se faz atraves de impostos ou legislacoes, mas sim atraves da criacao de um conjunto de condicoes que permitam que a para e passo seja mais rentavel e seguro operar no sector formal. (Estou a escrever algo sobre isto a ja algum tempo, sao necessarias mais pesquisas e analises, espero daqui a alguns meses trazer algo ao grupo). Caso me seja pedido posso trazer ao grupo mais reflexoes sobre este assunto.
    MAS CAH FICA A MORAL DA HISTORIA: A CIDADE CHEIRA A MOFO, OU EH A POBREZA NA E DA CIDADE QUE CHEIRA A MOFO? O QUE RESOLVER PRIMEIRO? O MOFO OU A POBREZA?
    Aquele abraco saudoso,
    Nelson Maximiano

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  10. Camarada Presidente,
    Gostei de ler termos como tchovas e bilhares, ou profissões como: barbeiros, engraxadores, canalizadores e pedreiros. Isso mostra que o camarada presidente conhece a realidade dos nossos centros urbanos.

    Camarada Presidente,
    A pobreza urbana é uma das principais características da nossa sociedade, que se não levada a sério poderá desembocar em convulsões sociais tais como a de 5 de Fevereiro.
    Sinto que no último mandato, em função do enfoque dado aos distritos, a questão da pobreza urbana ficou relegada para o segundo plano.

    Não é preciso fazer um grande esforço para perceber que o grupo social mais afectado pela pobreza urbana é a juventude. Precisamente o grupo social que constitui a faixa etária maioritária ao nível da população moçambicana.
    Felizmente, no seu manifesto eleitoral, o partido Frelimo colocou a juventude no centro das atenções.

    Quanto a mim, a erradicação da pobreza urbana tem de passar obrigatoriamente por medidas não só de informação, como também de integração e mobilização, baseados na participação, autonomia, solidariedade e respeito pela diferença.

    As medidas de erradicação da pobreza não podem passar unicamente por medidas de intervenção económica, mas também por intervenção junto dos grupos afectados, seja com um carácter informativo ou formativo, seja com um carácter de envolvimento em actividades diversas.

    Acho que os exemplos dados pelos conselhos consultivos distritais poderão ser uma mais valia nessa batalha.

    Nuno

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  11. Camarada Presidente, uma vez mais saúdo com júbilo a oportunidade deste debate da NAÇÃO MOÇAMBICANA! Bem haja!

    O gesto de V.Excia contraria qualquer confusão sobre o diálogo democrático que se imaginou não fosse existir. Infelizmente alguns dos nossos compatriotas ainda não aprofundaram os ensinamentos, a visão e missão do nosso glorioso partido FRELIMO, o Partido do Povo!

    Em relação ao tema em pauta: POBREZA URBANA, minha opinião resume-se nos seguintes pontos:
    i) MASSIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL À TODOS OS NÍVEIS;
    ii) ENQUADRAMENTO NO SETOR FORMAL, A PARTIR DE CAMPANHAS DE SENSIBILIZAÇÃO E DE FORTALECIMENTO DA CIDADANIA, DAS ATIVIDADES E SETORES ECONÓMICOS "MARGINAIS" (Latoeiros, barbeiros, engraxadores, pedreiros, electricistas, canalizadores, alfaites, empregados domésticos, etc.);
    iii) VALORIZAÇÃO DE TALENTOS ARTÍSTICO-CULTURAIS, ATRAVÉS DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS (TEATROS, MUSEUS, BIBLIOTECAS, ARQUIVOS) PARA O EFEITO;
    iv) PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (educação finaceira e ambiental a todos os níveis);

    Excia, estou ciente que há muito mais ações que devem ser levadas a cabo. Mesmo assim, acredito que os pontos expostos acima, teriam um impacto positivo no combate à POBREZA URBANA! E nós conseguiremos!

    FRELIMO HOYEEEEE!!!! PRESIDENTE GUEBUZA HOYEEEE!!!, Unidos na luta contra a pobreza, VENCEREMOS!

    Melhores cumprimentos,

    Momade Ali

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  12. Bem haja camarada Presidente.
    Felicitações pela recente vitória na eleição presidencial.

    Quanto ao tema que nos dá para reflexão, é bastante complexo, apesar de Vossa Excelência propor medidas, que ao meu ver, saõ exequíveis.

    Mas para mim só podem ser exeqíveis como medidas de segunda linha.

    Isto é, há necessidade de uma primeira linha de intervenção antes de ir às que Vossa Excelência sabiamente receita.

    A questão infraestrutural é necessária antes de se avançar com o crescimento até às Vossas sábias receitas, e para mim isto só pode ser possível com a intervenção do Governo para terreplanar o terreno. Sim, porque o terreno está torto para se avançar para esta Vossa receita.

    As infraestruturas é que são dinamizadoras de qualquer pretensão de desenvolvimento, uma vez que elas são sempre o insumo de qualquer actividade, seja ela económica, social ou mais. As infraestruturas reduzem os gastos em tempo e em meios, fazendo com que as actividades sejam desenvolvidas de uma forma segura e "confortável".

    A questão de infraestruturas não é só pertinente nas zonas urbanas, mas principalmente nas zonas rurais onde há mais actividade económica que necessita de ser dinamizada, é que a verdadeira riqueza está lá, e, o inimigo maior mora lá: a pobreza.

    Se verificarmos com olhos simples, Senhor Presidente, veremos que a diferença entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos, é exactamente a provisão em infraestruturas. Uns os têm e outros nem tanto.

    O OIIL, vulgo 7 milhões é uma medida de salutar, já que flexibiliza o estado económico da zona rural. Mas os moldes de alocação e de aplicação devem ser rapidamente revistos. A alocação devia ser legislada para permitir um maior controlo dos fundos públicos, para permitir, também, uma distribuição transparente, futurista e competente destes fundos.

    Já estive a trabalhar num distrito, e falo do que vi, Senhor Presidente. Vi que o distrito foi bafejado pela natureza por ter tanta riqueza, mas os moldes de alocação destes recursos são perversos, já que não usam o que ouso chamar aqui de vantagens comparativas: Aprofundar as principais potencialidades de cada distrito.

    Estive num distrito costeiro, com terras férteis, mas a maioria dos projectos aprovados eram para criação de frangos e abertura de oficinas e barracas, ao invès de reforçar o turismo e apostar na agricultura.

    O distrito deve ser potenciado em técnicos, principalmente na sua liderança, de modo a que contribuam EFECTIVAMENTE no desenvolvimento destes territórios.

    Quanto à aplicação, a minha ideia é de que este fundo tinha que primeiro ter sido destinado à potenciação da zona rural em infraestruturas, para depois se apostar nas duas categorias do mesmo: produção de comida e criação de postos de trabalho.

    Porque no meu modesto entender, a produção de comida é boa, mas como vamos escoar o excedente? Onde vamos guardar as reservas? Onde vamos vender? Entre outras perguntas, cuja resposta converge numa necessidade: infraestruturas.

    Esta é uma singela contribuição à explanação profunda que Vossa Excelência fez sobre as medidas para se diminuir a pobreza urbana.

    Obrigado

    Shommy

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  13. Indo a minha contribuição no concerne ao tema levantado da pobreza urbana
    Ao longo da dissertação deste tema, o senhor presidente identifica claramente os pontos concretos que se devem pegar para o combate da pobreza urbana. Julgo que é nesse pontos em que nos devemos cingir e mostrar passos concretos para o combate a pobreza urbana.

    Sendo assim, para mim para que se elimine a pobreza urbana, tem de haver participação e contribuição de todos os habitantes das zonas urbanas sejam elas vilas ou cidades e das estruturas ai existentes sejam elas autárquicas ou administrativas.

    Julgo que, se cada habitante da vila ou cidade fizer algo para melhor a sua vida, dos seus próximos a partir do seu saber fazer concreto estaria a eliminar a pobreza no seu seio. Consequentemente estaria contribuir na erradicação da pobreza urbana..
    Abordando caso concreto que se vive numa parcela da cidade Maputo. Para quem conhece ex Praça de touros perto da shoprite poderá ver muita gente naquela zona a busca de autosustento a partir do seu saber fazer. Ai existe todo o tipo de artistas: mecânicos, bate chapa, pintores, electricistas, estofadores, vendedores de peças de carros e etc. parafraseando quando um carro acidenta levado para aquele local sai novo.
    Acima referencie que devia haver contribuição das estruturas locais, penso eu que as estruturas locais deviam providenciar um local com condições para que estes exerçam as suas actividades, como por exemplo, saneamento do meio, água, energia e etc. Em contrapartida contribuiriam em taxa às estruturas. Assim sendo, acho que haveria um triplo ganho para os utentes (estes teriam um sitio localizável), para os artistas (realizariam trabalho com qualidade) e para as estruturas (pelas taxas).
    Olhando estes aspectos não foge muito o que aconteceu na transferência do mercado grossista da Malanga para o Zimpecto onde existe melhores condições para exercer o trabalho.

    Anualmente aqui na cidade Maputo tem se graduado muitos alunos do nível básico e médio o que na foge em regra para outras cidades e vilas, por falta de vaga não conseguem ingressar no nível subsequente, como consequência engrossam ao número de desempregados e muitos deste com conhecimentos de línguas (francês e inglês) e com estes dom que possuem são desempregados. Em contrapartida por exemplo na cidade de Maputo tem atracado quase sempre Cruzeiros com turistas.

    Se estes jovens se juntassem e formarem uma associação de guias turísticos e se houvesse a contribuição das estruturas locais na formação deste grupo e na oportunidade destes poderem exercerem esta actividade. Penso eu que este grupo estaria a contribuir para eliminar a pobreza.

    Por ultimo gostaria de louvar esta forma sabia e didáctica em que o senhor presidente transmitiu os principais desafios para o combate da pobreza urbano. O que resta é a juventude de viragem pegar nestes desafio materializa-los.

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  14. Sua Excia e Caros compatriotas, não sei se este debate relacionado com a pobreza urbana tenha encerado mas o ditado ja nos diz que antes tarde que nunca.

    penso que os jovens moçambicanos ja estão preparados para encarar o problema da falta de emprego de uma outra forma.

    Contudo deve se e com muita garra procurar reduzir se a problemática da corrupção nas instituições públicas. os mecanismos para a contratação e aquisição de bens para o Estado estão bem claros. mas até hoje mesmo com os preços mais competitivos do mercado as pequenas empresas estas criadas e legais ainda não tem espaço para competir de igual para igual no mercado por causa da corrupção.

    Hoje Participei dum encontro onde discutiu muitos aspectos ligados a corrupção mas nada ainda de muito concreto. mas também gostei de saber que as auditorias e inspecção estão a ser revitalizados. porém devem de facto trabalhar incansavelmente.

    Por ultimo gostava de saudar ao senhor presidente pela coragem e sabedoria ao trazer estes debates.

    bem haja...

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