24/11/2009

A TOPONIMIA: Uma questão de auto-estima, identidade cultural e historia



Uma vez mais sentimos que valeu a pena abrir esta página para interagir com os meus compatriotas. Temos recebido inúmeros conselhos e, mesmo através das percepções que alguns dos nossos compatriotas têm sobre determinado fenómeno, aprendemos que devemos agir deste ou daquele modo. Gostaríamos de reconhecer os elogios e os encorajamentos que nos foram dando sobre a nossa governação e a atenção que nos chamaram sobre diferentes desafios que temos pela frente sendo o de maior destaque a implementação, diríamos até, mais célere, das nossas decisões.
Um apelo que foi lançado de forma recorrente era para que este espaço não parasse depois da campanha. Na verdade, ele não nasceu na campanha, mas durante a campanha, em resposta a pedidos colocados durante a nossa Presidência Aberta e Inclusiva, essa nossa complexa e multidimensional cultura política, essa nossa maneira de colocar o nosso Povo e os seus mais nobres anseios no centro das atenções da nossa acção governativa. Se estiverem recordados dissemos que foi durante a visita que realizámos aos Centros Multimédia Comunitários de Chitima, na Província, de Tete, de Chokwe, na Província de Gaza, e da Catembe, na Cidade de Maputo, que interagimos com os jovens gestores e beneficiários destes Centros. Estes, interpretando o sentimento de outros compatriotas nossos, pediram-nos para com eles nos comunicarmos, fazendo uso das tecnologias de informação e comunicação. Por isso, esta página não vai parar não. Como poderia ela parar se vem enriquecer a nossa cultura política que se fundamenta no diálogo e na busca incessante de conselhos deste povo especial, o maravilhoso Povo Moçambicano?
Como anunciamos logo no primeiro artigo, vamos acompanhando as postagens e todos os nossos compatriotas tenham a certeza de que estamos, efectivamente, a acompanhar o que têm estado a comentar, a sugerir e a criticar. O nosso estilo de trabalho é este e quem já assistiu às nossas reuniões com organizações da sociedade civil, com académico e outros intelectuais na Presidência da República, com os Conselhos Consultivos e com a população em comícios sabe que entramos para esse encontro com um bloco de notas limpo para sair com o mesmo bloco muito bem preenchido com as valiosas contribuições dos intervenientes. Não é nosso estilo comentar necessariamente tudo o que é dito nesses encontros embora guardemos tudo como lições, como conselhos. Por isso, caro compatriota, os seus conselhos são e serão úteis na nossa governação, pois este canal já está a trazer uma nova dimensão à Presidência Aberta e Inclusiva.
Para nós seria vantajoso que todos os nossos interlocutores se apresentassem com nomes próprios e, sobretudo, com um pequeno perfil. Assim teríamos uma ideia mais clara sobre com quem estamos a interagir tendo presente a sua formação, idade e ocupação. Mas isto não é obrigatório nesta página.
Hoje gostaríamos de abordar um novo tema: A toponímia. De um modo geral, os topónimos encerram uma parte da nossa identidade cultural, do nosso percurso histórico e são uma inestimável fonte da nossa auto-estima, do nosso orgulho de sermos moçambicanos. Por isso, na nossa governação está sempre presente a necessidade de aproximar a nossa toponímia à realidade social, cultural e política do nosso Moçambique, livre e independente. Foi neste contexto que substituímos, por exemplo, os nomes de localidades, de instituições educacionais e de ruas, impostos pela colonização, por nomes que reflectem a nova realidade da nossa Pátria Amada. Também neste exercício se enquadra o papel que conferimos aos líderes comunitários e às cerimónias de evocação dos antepassados.
Temos consciência de que a substituição dos topónimos não está ainda completa. Com efeito, temos, por exemplo, ainda muitos nomes geográficos que não têm nenhuma relação com a nossa realidade de Estado soberano. Por outro lado, temos também casos de substituições que não foram ao encontro da forma como esses topónimos são pronunciados pelos falantes da língua-fonte. Foi assim que ficamos com Cuamba em vez de Mkwapha, de Gondola em vez Gandura e por aí fora. Por isso, a referência desse local em português em nada se aproxima da referência usada pelo intérprete e pela população. Este problema é exacerbado pela ortografia que se usa para as línguas moçambicana onde nomes que deviam ter os mesmos símbolos acabam confundindo o leitor chegando-se à situação de só quem escreveu ou aquele que partilha dessa “escola de formação ortográfica” é que é capaz de ler. Um dos desafios que temos, pois, é como reflectir a pronúncia corrente na língua do topónimo, um processo a que se deve chegar também através de uma ortografia padronizada.
Quando falamos de toponímia outras duas questões fundamentais se levantam: por um lado, a auto-estima e o reforço da nossa identidade e sentido de história. Por outro, a necessidade de encararmos a escrita correcta e padronizada dos topónimos como uma medida que vai contribuir para a divulgação dessa ortografia dentro da nossa sociedade.  
Há uma outra dimensão social que nos interessa destacar. Os topónimos encerram importantes traços da nossa história, outros são repositórios de lendas, de saberes e de exemplos de talento e de bravura dos nossos antepassados. Este manancial epistemológico nem sempre se encontra registado e disponível para a sua divulgação mesmo nas escolas inseridas nesse espaço geográfico e nas comunidades donas desse nome. O que podem os moçambicanos fazer para divulgar estes ricos elementos da nossa identidade? Não vamos aqui entrar na antroponímia mas queríamos encorajar os nossos compatriotas a habituarem-se a desenhar e a conhecer as suas árvores geneológicas, os mais velhos passando essa informação aos mais nossos e estes pelas gerações vindouras. Cada família devia sentir essa responsabilidade de preservar e valorizar a sua história.
A toponímia e a língua têm uma relação simbiótica de grande relevo. Por isso, a sua valorização passa pela valorização das línguas moçambicanas, que não são dialectos, como alguns dos nossos compatriotas erradamente as designam. A sua valorização passa também pela padronização e divulgação da sua ortografia. Neste contexto, a revisão da toponímia só terá sucesso se formos capazes de, primeiro, dar o valor que as nossas línguas merecem. Em segundo lugar, aceitar que elas devem ter uma ortografia padronizada como qualquer outra língua do mundo. Finalmente, que elas são o veículo principal da nossa moçambicanidade de que a toponímia faz parte.
O Governo vai continuar a trabalhar na revisão e substituição dos topónimos, na adequação da sua escrita à ortografia padronizada, com vista a espelhar a pronúncia dos falantes da língua-fonte e a reflectir a realidade do nosso Moçambique soberano.
A questão que colocamos para abrir este debate é esta: o que podemos nós, os moçambicanos, particularmente a nossa juventude, mais fazer neste exercício todo? Como sempre contamos com os vossos conselhos.

Armando Emílio Guebuza
(Presidente da República de Moçambique, Presidente da FRELIMO e Candidato Presidencial da FRELIMO)

25/10/2009

FRELIMO: Reiterando disponibilidade para liderar Moçambique rumo ao progresso


Comunicação do Camarada Armando Emílio Guebuza, Presidente e Candidato Presidencial da FRELIMO, por ocasião do encerramento da Campanha Eleitoral para as eleições Presidenciais, Parlamentares e para as Assembleias Provinciais
Nampula, 25 de Outubro de 2009

Povo Moçambicano Unido do Rovuma ao Maputo Hoye!
População de Nampula Hoye!
Cidade de Nampula Hoye!


Muito boa tarde Nampula. Nampula sabe fazer maravilhas: transformar uma cidade inteira em palco granjeia admiração de todos nós. Estou muito satisfeito por estar aqui convosco, população e munícipes de Nampula, para esta grande festa que começou no aeroporto e foi arrastando mais participantes ao longo das vias que usamos até esta magnifica sala de reuniões. Não satisfeito em estarem sós nesta festa, convidaram outros distritos. Não temos palavras para descrever este carinho, esta hospitalidade de Nampula, esta forma calorosa do moçambicano de bem acolher quem lhe visita.
Se pudessem estar onde eu estou ficariam com a mesma impressão que tenho. Parece que toda a cidade e província de Nampula acorreram a esta festa! Vejo muitas crianças, muitos jovens e mesmo muitos idosos, vejo muitos homens e muitas mulheres todos vestidos para este convívio e muito felizes por estarem nesta festa que é a festa do nosso Povo. Muito obrigado Nampula por estes momentos de muita música, dança, cor, emoção e convívio.

Meus concidadãos
Como é do vosso conhecimento, a campanha eleitoral rumo às eleições do próximo dia 28 de Outubro está prestes a chegar ao fim. Apraz-nos notar, e isto enche-nos de orgulho, que, do Rovuma ao Maputo e do Índico ao Zumbo, esta foi uma festa prolongada, um momento de convivência entre moçambicanos de diferentes regiões, em diferentes regiões do nosso belo Moçambique. Foi uma campanha em que os que poderiam ter intenções de provocar distúrbios, intimidar ou cometer actos de vandalismo e violência, não encontraram nem espaço nem encorajamento.
  • Foram identificados;
  • Isolados; e
  • frustrados nesses seus intentos de quererem perturbar a ordem pública e desacreditar a nossa campanha eleitoral.
Por isso, como pudemos todos testemunhar, esta campanha eleitoral saldou-se exemplar como as anteriores.
Neste exercício de aprofundamento da democracia multipartidária, demonstramos, uma vez mais, que para nós moçambicanos, o princípio de que a única alternativa à paz é a própria paz é um princípio que nos é sagrado.
Muito obrigado Povo Moçambicano por esta grande lição de cultura de paz e de convivência democrática. Muito obrigado, caros compatriotas, por estes ensinamentos que devem orgulhar qualquer filho desta bela Pátria de Heróis.

Moçambicanas;
Moçambicanos;
Compatriotas.
Durante estes 43 dias, a nossa mensagem de que a luta contra a pobreza
deve continuar no centro das atenções de todas as moçambicanas e de todos os moçambicanos foi disseminada por compatriotas que se voluntariaram para dar o seu tempo, o seu saber e capacidade. São homens e mulheres que demonstraram que a nossa campanha era, sobretudo, a campanha de todo o nosso Povo, um Povo que sabe para onde quer ir e que também sabe qual é o veículo que lhe permitirá fazer essa viagem e lá chegar em segurança. Por isso, por todo o nosso solo pátrio foram divulgando essa mensagem:
  • A pé, de bicicleta, de motorizada ou de carro;
  • De dia ou de noite;
  • Fazendo bom tempo, sol, ventania ou debaixo da chuva;
  • Em comícios, nas lareiras, nas campanhas inter-pessoais, nas campanhas porta-a-porta;
  • Nos mercados e em desfiles;
  • Através das centenas de inéditas canções, de obras literárias e de arte, de chapéus, gravatas, túnicas, camisas, calças, vestidos e outras peças de vestuário feitos, a custo próprio, a partir dos nossos cartazes, capulanas e lenços;
  • Através do material de campanha colocado como objectos adicionais de adorno e de beleza ou colado nas suas residências, bicicletas, carroças, motorizadas, viaturas, cavalos e em muitos outros tipos de meios de transporte;
Através destes processos todos, a nossa mensagem foi assim difundida e muitos mais compatriotas nossos também passaram a melhor entendê-la e com ela a simpatizarem-se. Mais importante ainda, essas nossas irmãs e irmãos passaram a tomar parte activa na sua divulgação junto de muitos mais compatriotas nossos, no país e no estrangeiro.
Muito obrigado, caros compatriotas pela aderência e pela forma criativa e dinâmica como contribuíram para a disseminação da nossa mensagem.

Compatriotas,
Nós também participamos nesse processo de divulgação dessa mensagem. Na nossa campanha pelo nosso belo Moçambique escalamos:
  • As 10 Províncias e a Cidade de Maputo;
  • 58 distritos;
  • 6 distritos municipais da Cidade de Maputo;
  • 25 Postos administrativos;
  • 8 Localidades; e
  • Realizamos 79 comícios populares.
Em todos estes encontros e espaços geográficos da nossa Pátria Amada, como voltou a acontecer hoje aqui em Nampula, fomos acolhidos com muito carinho, simpatia e por claras expressões de confiança na divisa que nos foi atribuída por este povo muito especial, o maravilhoso Povo Moçambicano. Esta divisa proclama que “quando a FRELIMO promete cumpre”.
Queremos pois, neste último dia de campanha, e através da população desta lendária e sempre em crescimento cidade de Nampula:
  • Saudar:
    • os líderes comunitários;
    • os líderes religiosos;
    • os membros dos conselhos consultivos;
    • os agentes económicos; e
    • outros influentes e os membros e dirigentes de outras organizações da sociedade civil;
    • as mulheres e os jovens
    • pelo seu papel na promoção de uma campanha eleitoral pacífica, ordeira e festiva;
  • Queremos também agradecer as orações, que mesmo neste showmício foram proferidas, e as cerimónias tradicionais de evocação dos espíritos dos nossos antepassados para que Moçambique continue a trilhar o caminho da Paz, da Unidade Nacional e do Desenvolvimento;
  • Queremos saudar ainda:
    • os músicos;
    • os humoristas;
    • os escritores;
    • os actores de teatro; e
    • todos os grupos culturais e outros intérpretes do nosso vasto e rico património cultural pela sua criação artística disseminadora da nossa mensagem.
Na verdade, em cada local que escalamos, entrávamos em contacto com novas criações do talento moçambicano, criações de exaltação da FRELIMO como o partido de realizações, destacando o Povo Moçambicano como principal obreiro e beneficiário dessas realizações;
  • Endereçamos igualmente as nossas saudações aos profissionais da comunicação social pelo seu papel na consolidação da cidadania e na promoção dos valores democráticos, da harmonia social e da cultura de paz;
  • Saudamos os académicos e os pesquisadores pela promoção e participação em debates e análises que contribuem para o crescimento do sentido de cidadania, de pátria e para o aprofundamento da cultura de paz na Nação Moçambicana;
  • Endereçamos as nossas saudações aos jovens da Geração da Viragem que se assumiram como tal e fizeram desta campanha a sua campanha para se manterem no poder como herdeiros dos valores e das conquistas da Geração do 25 de Setembro e da Geração do 8 de Março;
  • Queremos, no mesmo contexto, saudar a mulher moçambicana, sempre na linha da frente da mobilização e enquadramento de mulheres, jovens e outros segmentos da nossa sociedade para uma activa participação na nossa festiva campanha;
  • Estendemos as nossas saudações aos profissionais de diferentes áreas de intervenção humana pela sua contínua contribuição para o crescimento social e económico desta Pérola Índico, mesmo durante estes 43 dias de campanha;
  • Saudamos ainda os nossos concidadãos portadores de deficiência que ao longo desta campanha que hoje termina demonstraram o alto sentido de auto-estima que caracteriza o moçambicano;
  • Dirigimos uma saudação particular aos desmobilizados de guerra pelas suas expressões de apoio a nossa mensagem e pelo seu compromisso de connosco continuarem a trabalhar para a resolução dos problemas que ainda lhes afectam;
  • Queremos saudar ainda a todos aqueles que acorreram aos nossos comícios, nalguns casos tendo que chegar no dia anterior, dadas as longas distâncias que tinham que percorrer para tomar parte nessa festa que consideravam-na sua própria festa e que, por isso, se sentiam responsáveis pelo seu sucesso. Sobretudo, percorriam estas longas distâncias para, com os outros compatriotas, exprimirem a sua satisfação com o impacto positivo das nossas realizações sobre as suas vidas e para reiterar que só com a FRELIMO e o seu Candidato podem realizar os seus projectos individuais no âmbito da sua luta contra a pobreza;
  • Finalmente, vai também uma palavra de gratidão e apreço às forças de defesa e segurança pelo seu papel na manutenção da lei, ordem e segurança públicas.  
Muito obrigado caros compatriotas por estas lições de patriotismo e de compromisso com a Unidade Nacional, a Paz e o desenvolvimento da nossa Pátria Amada.

Compatriotas,
Na nossa campanha eleitoral de 2004, sublinhamos que, como um Povo, tínhamos duas alternativas. A primeira, era resignarmo-nos perante a pobreza e fazer da dolorosa prática de mão estendida nosso modo de vida até sermos devorados por este flagelo.
A segunda alternativa, mais difícil e exigente, era usarmos a nossa inteligência e a nossa capacidade de fazer coisas com as nossas próprias mãos para lutar e, de golpe em golpe, irmos vencendo a pobreza e as suas múltiplas manifestações.
No nosso discurso eleitoral comprometemo-nos a, caso fossemos eleitos, liderar os moçambicanos para o resgate da nossa auto-estima, como um Povo, para lutarmos contra este flagelo e os obstáculos ao nosso desenvolvimento, de entre eles, o burocrastismo, o espírito de deixa andar, a corrupção, o crime e as doenças endémicas.
  • Para nós um povo que se uniu para pegar em armas para lutar e conquistar a sua independência nacional; e
  • Que se uniu para resgatar a paz e lançar-se num processo de reconciliação nacional, é um povo muito especial que não merece o flagelo da pobreza.
  Através do seu voto, em 2004, o nosso Povo confiou a mim e à FRELIMO o papel de liderá-lo na materialização dessa agenda nacional de luta contra a pobreza. Como nós, o nosso povo sabe que o direito de não sermos pobres é nosso direito, como o direito à independência e à Paz.
Em respeito e saudação a esse voto popular de aderência a essa agenda, lideramos, em 2005, o processo de agradecimento dessa confiança e reafirmamos que iríamos cumprir com as nossas promessas eleitorais. E cumprimos, caros compatriotas!
Porque a FRELIMO e eu próprio temos uma grande admiração por este nosso maravilhoso Povo, a maior riqueza desta Pátria de Heróis, instituímos a Presidência Aberta e Inclusiva que se replica a outros níveis de governação.
  • Através deste método de governação abrimo-nos e recebemos muitos conselhos sobre como realizar a nossa vontade individual e colectiva de não sermos pobres;
  • Através deste método levamos os nossos gabinetes para junto do nosso Povo para se pronunciar sobre o nosso desempenho, denunciar desvios do compromisso e reafirmar o seu apoio à nossa agenda, à sua agenda.
  • Através deste método de governação, a FRELIMO, o Presidente da República e o nosso heróico Povo transformaram-se num único corpo, nesses milhões de braços que, gradual mas resolutamente, estão a empurrar a pobreza para o mesmo abismo onde se encontra a dominação estrangeira e a guerra do passado.
Como estamos a vencer este flagelo chamado pobreza? Alguém pode perguntar. E nós respondemos:
    • Reforçando a nossa auto-estima, o orgulho de sermos moçambicanos;
    • Consolidando a Unidade Nacional, a cultura de paz e a democracia multipartidária;
    • Registando sucessos no combate contra os obstáculos ao nosso desenvolvimento, entre eles o burocratismo, o espírito de deixa andar, a corrupção e o crime bem como contra as doenças endémicas;
Estamos a vencer a pobreza:
    • Envolvendo mais os moçambicanos, através da descentralização e dos Conselhos Consultivos;
    • Construindo mais escolas, incluindo as escolas profissionais, todos eles, centros de preparação dos nossos jovens para os desafios da luta contra a pobreza;
    • Construindo e equipando mais unidades sanitárias, incluindo maternidades;
    • Iluminando mais localidades desta Pérola do Índico, através da energia da nossa Cahora Bassa;
    • Construindo mais fontes de água;
    • Reabilitando muitas estradas, pontes e linhas-férreas e introduzindo mais meios de transporte públicos: terrestres, ferroviários, aéreos e marítimos;
    • Garantindo os 7 milhões de Meticais aos distritos para produzirem mais comida e gerarem mais postos de trabalho;
    • Consolidando as nossas relações com outros povos e países e reforçando o prestígio de Moçambique na região e no mundo.
Isto a nível institucional. Mas também há  resultados que os nossos compatriotas registam nesta luta contra a pobreza e deles se orgulham. Por exemplo:
  • Quando todos os dias têm certeza sobre onde irão obter a próxima refeição;
  • Quando constroem casas próprias espaçosas, com divisões e janelas amplas, usando tijolo queimado;
  • Quando adquirem uma bicicleta, motorizada ou viatura;
  • Quando ligam a sua casa à energia eléctrica;
  • Quando passam a ter água canalizada;
  • Quando o seu auto-emprego gera mais rendimentos e se expande para empregar outros moçambicanos;
  • Quando aumentam as suas áreas de cultivo, a sua produção e produtividade;
  • Quando, enfim, esse nosso compatriota passa a acreditar que a pobreza que lhe flagela pode acabar. Que para ela acabar depende dele próprio. Que depende do seu próprio trabalho e iniciativa, em primeiro lugar.
Como tem sido reafirmado nos nossos comícios populares e em debates nos órgãos da comunicação social e mesmo na minha página na internet, estas realizações, mesmo dentro do fórum familiar, beneficiam, em grande medida, os nossos jovens.
  • São os jovens que constituem a faixa maioritária nas nossas escolas, incluindo as profissionais e universidades.
  • São os jovens que constituem a maioria dos moçambicanos que se beneficiam dos resultados das reformas no sector público, reformas essas que atraem mais investimento, público e privado, importantes factores de geração de emprego.
  • Enfim, são os jovens que constituem a faixa etária que mais se beneficia dos resultados da nossa Agenda Nacional de Luta contra a Pobreza. Nós sabemos que as necessidades dos nossos jovens não se limitam apenas ao emprego e à habitação. São múltiplas e com os jovens, na cidade e no campo, temos estados a resolvê-los e com eles continuaremos a resolvê-los, como demonstram os resultados já obtidos da nossa parceria com a Geração da Viragem.

Compatriotas
Nestes quase 5 anos do nosso mandato, Moçambique continuou a mudar para o melhor. A FRELIMO e eu próprio ganhamos uma valiosa experiência para continuarmos a lidar com os desafios que a luta contra a pobreza impõe ao Povo Moçambicano. Reconhecemos, por isso, que há ainda muito por fazer. De igual modo, os meus concidadãos, nos comícios e nos debates públicos, ao mesmo tempo que celebram estas nossas conquistas e as suas conquistas individuais, recordam-nos ainda que há manifestações da pobreza que importa que se lhes prestem atenção.
Em sinal de que a FRELIMO e eu próprio somos vistos como o veículo que vai levar o nosso Povo a materializar essas suas aspirações, os nossos compatriotas trazem-nos propostas concretas do que devemos incluir no próximo programa quinquenal. Assim, e para honrar essa confiança, a FRELIMO e eu próprio:
  • Vamos continuar a consolidar a Unidade Nacional, a Paz e a Democracia;
  • Vamos assegurar a continuidade da luta contra a pobreza e a promoção da cultura de trabalho e a alocar os 7 milhões e a encorajar mais jovens da Geração da Viragem a descobrirem no conhecimento que detêm um recurso gerador de riqueza e de criação do seu bem-estar, um recurso que muito bem complementa o que lhes pode vir de terceiros;
  • Vamos dar continuidade à boa governação e à cultura de prestação de contas, consolidando a experiência da Presidência Aberta e Inclusiva e assegurando crescente, e cada vez mais dinâmico envolvimento do nosso Povo no processo de tomada de decisões, através dos Conselhos Consultivos e da descentralização;
  • Vamos prosseguir com acções para o reforço da nossa soberania;
  • Vamos continuar a reforçar a cooperação internacional.
Quem não sabe para onde quer ir escolhe qualquer caminho que lhe apareça pela frente. Nós sabemos para onde queremos ir. Conhecemos o caminho que para lá nos há-de levar. Nós sabemos para onde queremos levar estes 20 milhões de moçambicanos. A FRELIMO e eu próprio já demos provas de que quando prometemos cumprimos. Neste contexto e neste showmício, gostaríamos de reiterar:
  • Que todos os que têm direito, devem afluir aos locais de votação no dia 28 de Outubro;
  • Que assumam isto como a sua prioridade desse dia e se necessário, pernoitar o mais perto possível dos locais de votação ou acordar muito cedo para serem os primeiros a votar.
Votando, não passarão pela incómoda experiência de terem que se justificar perante os vossos cônjuges, filhos e outros familiares, amigos e colegas, por não terem votado. Não sofrerão, nos próximos 5 anos, com o peso da consciência, com os remorsos de não terem contribuído para que a FRELIMO e o seu Candidato atingissem percentagens de votação mais elevadas ainda.
Queremos recordar a todos os nossos compatriotas que não basta que gostem da FRELIMO e do seu Candidato, como reafirmaram aqui, para triunfarmos no dia 28 de Outubro. É preciso ir depositar o voto na urna. Votar é um acto pessoal e intransmissível.
Ninguém pode votar em nome de um outro moçambicano. Que cada moçambicano se sinta orgulhoso de exibir o seu dedo tingido com a tinta indelével e, sobretudo, por ter votado bem. Por isso, meus compatriotas, e como já nos convenceram, mesmo neste showmício, que o moçambicano gosta da Maçaroca e do Batuque, exortamos a todos e a cada vós para que, no dia 28 de Outubro:
    • Vote na FRELIMO;
    • Vote em mim, Armando Emílio Guebuza.
      • Povo Moçambicano unido do Rovuma ao Maputo Hoye!
      • População da Província de Nampula Hoye!
      • Munícipes da cidade de Nampula Hoye!
      • Província de Nampula Hoye!
Muito obrigado pela vossa atenção!

Revolução Verde: Um instrumento para a Auto-suficiência alimentar e para um Desenvolvimento Económico Inclusivo



Moçambique é um País com um povo trabalhador e com vastos recursos naturais, incluindo terra fértil e água em abundância. Nada justifica que o nosso povo passe fome.
Cientes deste enorme potencial, durante o quinquénio que termina, no quadro da estratégia da Revolução Verde, eu e a FRELIMO desencadeamos um conjunto de acções cujos resultados preliminares são já visíveis. Tais são os casos do aumento da produção de cereais como milho, a reintrodução do trigo e o aumento da produção do arroz, só para enumerar alguns exemplos.
Na implementação da Revolução Verde a FRELIMO e eu próprio olhamos para as condições concretas do nosso país. Encaramos esta estratégia de desenvolvimento como uma via de subtrair o nosso povo da estagnação e miséria a que a agricultura de subsistência o colocou durante séculos. Encaramo-la como a via de promover o progresso para milhões de camponeses da nossa pátria amada.
É da análise da realidade concreta do nosso país que logramos estabelecer o grau de utilização de cada uma das diferentes técnicas que compõem a Revolução Verde. O aumento da produção de alimentos no nosso país, com base na Revolução Verde implica, no presente estágio do nosso desenvolvimento, a participação activa de milhares de famílias camponesas, na base da utilização de tecnologias que sejam sustentáveis e viáveis. Preconizamos, por isso, uma aplicação da Revolução Verde que possibilite uma ampla participação do nosso povo nos ganhos e rendimentos que hão-de advir da agricultura. Neste sentido, o uso de tecnologias como a tracção animal e, mesmo, a enxada, continua a ser um complemento imprescindível da mecanização agrícola.
Esta opção tem o potencial de levar a que os milhões de camponeses que hoje vivem da agricultura possam continuar a ter na terra o principal activo para o seu desenvolvimento. É esta a principal razão que nos leva a promover uma Revolução Verde na base de todas as tecnologias existentes, a saber: enxada, tracção animal, mini-cultivadoras, tractores e auto-combinadas.
A terra é o principal activo dos moçambicanos. A demanda crescente de produtos agrícolas vai, necessariamente, requerer um uso mais racional deste recurso estratégico do nosso desenvolvimento. Pretendo, nos próximos 5 anos, continuar a promover o desenvolvimento de Moçambique na base da inclusão dos camponeses. Isto pressupõe dotá-los de tecnologias cada vez melhores e sustentáveis que os possibilitem a serem eles a produzir o milho, o arroz, a cana, o tabaco, o algodão, a jatropha ou qualquer outro produto agrícola. Produzir para o auto-consumo e para o mercado. O simples salto tecnológico da enxada de cabo curto para o arado tem um potencial de eficiência e de uso racional da terra muito grande. Possibilita ainda ganhos monetários adicionais para os camponeses.
Uma vertente importante da Revolução é o agro-processamento, actividade que, para além de acrescentar valor à produção eminentemente agrícola, permite também dotar os camponeses de tecnologias simples para conservarem os seus produtos. O agro-processamento permite também uma mais fácil e rentável entrada de largas faixas da nossa população para o mercado. Neste sentido, podemos indicar, a título de exemplo, as acções iniciadas no mandato prestes a terminar tendentes a promover o fabrico de pão como base na mandioca.
A produção da mandioca em machambas familiares é uma tecnologia conhecida por quase todos os camponeses ao longo de todo o nosso país. A possibilidade de este produto entrar no mercado, na forma de farinha para a produção de pão, é uma oportunidade de inserir no mercado milhares de famílias, com amplas possibilidades de gerarem renda monetária e riqueza.
Acções como esta irão prosseguir no meu próximo mandato e incluirão o agro-processamento de outros produtos como amendoim, gergelim e outros com potencial para a fabricação de óleos alimentares; milho, mapira, arroz, trigo e outros cereais usados na alimentação humana e na fabricação de rações; agro-processamento de horto-frutícolas e outras.
A implementação da Revolução Verde, incluindo a sua vertente de agro-processamento estão a ser complementadas e dinamizadas pela nossa opção de descentralização e de financiamento com base nos 7 milhões. Com efeito, a combinação do nosso modelo de descentralização, da Revolução Verde e dos 7 milhões estão a permitir:
  • A libertação de iniciativas de desenvolvimento local e a revelação de talentos e habilidades que estavam hibernados;
  • Que os camponeses acedam a juntas de bois e a charruas que impulsionam a produtividade e o aumento das áreas de cultivo;
  • Que os produtores rurais, com base nos financiamentos disponibilizados, adquiram sementes melhoradas e outros insumos;
  • O surgimento de aviários, aquacultura e propriedades pecuárias mais produtivos;
  • O surgimento de unidades de processamento que produzem uma variedade de produtos como o óleo alimentar, farinhas, ração animal, sumos, compotas e outros;
  • O desenvolvimento do comércio rural e da comercialização agrícola o que possibilita a circulação de mercadorias no campo, a geração de renda e de riqueza.
É, deste modo, visível que a Revolução Verde e as outras opções de desenvolvimento que a FRELIMO e eu próprio impulsionamos estão a projectar uma noção de pequenas e médias empresas que vão para além de unidades que criam emprego e riqueza nas cidades. Estão, na verdade, a florescer centenas de unidades agrícolas e pecuárias mais produtivas e unidades de agro-processamento que estão a criar milhares de empregos e que estão a oferecer meios de vida sustentáveis e dignos a milhões dos nossos compatriotas que vivem nas zonas rurais.
Porque as opções de desenvolvimento que implementamos ao longo deste mandato estão a revelar-se promissoras pretendemos, nos próximos cinco anos:
    1. aumentar a produção de sementes melhoradas e disponibilizá-las aos produtores espalhados pelo Pais, com prioridade para os  pequenos e médios produtores, que são a maioria e os mais carentes;
    2. Continuaremos a fomentar a distribuição de juntas para tracção animal para melhorar a capacidade de preparação de terras pelos pequenos e médios produtores;
    3. Promover a construção de represas e de pequenas barragens para irrigação.
Uma das limitações chaves para o desenvolvimento da agricultura é o credito à agricultura. Por isso, paralelamente às acções em curso para atrair a banca e as instituições micro-financeiras para as zonas rurais, prosseguiremos nos próximos 5 anos de governação na colocação dos 7 milhões à disposição da nossa população para financiar actividades de produção de comida e geração de emprego nos Distritos. Na área de pecuária, vamos continuar a fomentar a criação de gado para corte, leite, tracção animal, como fonte de renda.
O aumento da produção agrícola depende muitas vezes do comportamento do Mercado. Assim, para além das acções de produção, a FRELIMO e eu próprio vamos privilegiar intervenções ao nível de toda a cadeia de valor incluindo a comercialização agrícola, a construção de silos para armazenamento dos cereais, fomento de celeiros melhorados e a melhoria das vias de acesso, com prioridade para as estradas terciárias e vicinais.
No âmbito da Revolução Verde pretendemos, a curto e médio prazo, desenvolver tecnologia própria, tanto em instituições privadas quanto em agências governamentais e Universidades. Tenho a certeza de que a disseminação dessas tecnologias por todo o território nacional permitirá que o nosso país expanda o surto de desenvolvimento agrícola, na base da exploração mais criteriosa das áreas de cultivo disponíveis. O nosso sonho é que atinjamos níveis de auto-suficiência alimentar e asseguremos o crescimento das nossas exportações.

Armando Emílio Guebuza
(Presidente da Republica de Moçambique, Presidente da FRELIMO e Candidato Presidencial da FRELIMO)

19/10/2009

Carta ao meu compatriota Moçambicano


Caro Compatriota

No dia 28 de Outubro teremos as eleições Presidenciais e Legislativas e para as Assembleias Provinciais. O dia 28 de Outubro será o ponto mais alto da festa da campanha eleitoral que teve início a 13 de Setembro em toda a nossa Pátria Amada.
Em 2004 tive a honra e o privilégio de ser eleito para dirigir os destinos do nosso belo Moçambique para o mandato que está prestes a terminar. Considerei essa responsabilidade como a continuação de um projecto em que, desde a minha juventude, me engajei, com iniciação política no Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique, organização cívica fundada por Eduardo Chivambo Mondlane em 1949. Este era e é o projecto da FRELIMO, o projecto do maravilhoso Povo Moçambicano. Foi na implementação desse projecto que recebi diversas tarefas no contexto da Luta de Libertação Nacional e da construção do nosso Moçambique, livre e independente.
Depois da minha tomada de posse em 2005, realizei uma digressão pelo nosso Moçambique, do Rovuma ao Maputo e do Indico ao Zumbo, para agradecer o seu voto e o voto dos meus outros compatriotas e declarar o meu compromisso de cumprir com as minhas promessas eleitorais.
Porque sempre considerei o Povo Moçambicano como especial e como meu principal conselheiro, criei a Presidência Aberta e Inclusiva e centrei a minha acção na luta contra a pobreza. O diálogo aberto e directo com o nosso maravilhoso Povo, a maior riqueza desta Pátria de Heróis, reforçou o nosso conhecimento mútuo e a nossa parceria na luta contra a pobreza. Hoje orgulhamo-nos dos resultados do nosso trabalho conjunto. Dou alguns exemplos:
v Reforçamos a nossa auto-estima, o orgulho de sermos moçambicanos, a Unidade Nacional e a cultura de paz;
v Registamos sucessos no combate contra os obstáculos ao nosso desenvolvimento, entre eles o burocratismo, o espírito de deixa andar, a corrupção e o crime bem como contra as doenças endémicas.
v Demos mais poder aos moçambicanos, através da descentralização e dos Conselhos Consultivos;
v Construímos mais escolas e melhoramos o acesso ao ensino superior em todas as províncias;
v Construímos mais maternidades e outras unidades sanitárias;
v Estendemos a energia de Cahora Bassa a mais localidades do nosso Moçambique;
v Construímos mais fontes de água;
v Reabilitamos muitas estradas, pontes e linhas-férreas e introduzimos mais meios de transporte públicos: terrestres, ferroviários, aéreos e marítimos;
v Garantimos 7 milhões de Meticais aos distritos para produzirem mais comida e gerarem mais postos de trabalho;
v Consolidamos as nossas relações com outros povos e países e reforçamos o prestígio de Moçambique na região e no mundo.
Estas realizações beneficiam, em grande medida, os nossos jovens. São maioritariamente os nossos jovens que frequentam as nossas escolas e universidades. São maioritariamente os nossos jovens que se beneficiam dos resultados das reformas no sector público, dos investimentos públicos e privados, importantes factores de geração de postos de trabalho. Aliás, a implementação da nossa Agenda Nacional de Luta contra a Pobreza conta com a activa participação da nossa juventude, no campo e na cidade.
Nestes quase 5 anos do nosso mandato, Moçambique mudou para o melhor e eu ganhei muita experiência para lidar com os desafios da luta contra a pobreza. Eu e a FRELIMO reconhecemos que nem tudo o que gostaríamos de ter feito, conseguimos realizar. De igual modo, os meus concidadãos, nos comícios e no meu blog (www.armandoguebuza.blogspot), ao mesmo tempo que celebram estas nossas conquistas, recordam-nos que há ainda muito por fazer e, em sinal de confiança por mim e pela FRELIMO, trazem propostas concretas do que devemos realizar no próximo mandato. Por isso e para honrar essa confiança, eu e a FRELIMO:
v Vamos continuar a consolidar a Unidade Nacional, a Paz e a Democracia;
v Vamos assegurar a continuidade da luta contra a pobreza e a promoção da cultura de trabalho e a alocar os 7 milhões e a encorajar mais jovens da Geração da Viragem a intensificarem e a diversificarem iniciativas de luta contra este flagelo;
v Vamos dar continuidade à boa governação e à cultura de prestação de contas, reforçando a Presidência Aberta e Inclusiva e dando mais poder ao nosso Povo, através dos Conselhos Consultivos;
v Vamos prosseguir com acções para o reforço da soberania Nacional;
v Vamos reforçar a cooperação internacional.
Por isso, venho pedir o seu voto para mim, Armando Emílio Guebuza, e para a FRELIMO. Nós já demos provas de que quando prometemos cumprimos. Já demos provas de que sabemos agradecer o voto de cada um e de todos os nossos irmãos e irmãs.
Caro compatriota, no dia 28 de Outubro vota em mim, Armando Emílio Guebuza, e vota na FRELIMO.


Armando Emílio Guebuza
Presidente da FRELIMO, Presidente da República e Candidato Presidencial

12/10/2009

OS SETE MILHÕES - Seu papel na Promoção da boa Governação e do Desenvolvimento Endógeno


Creio que o texto que postei de Murrupula, minha terra natal, no dia 29 de Setembro cristalizou as principais nervuras sobre a necessidade de manter e aprimorar a estratégia multi-sectorial sobre emprego pois estamos perante um desafio de carácter transversal. Gostaria agora de trazer um novo tema para debate: Os 7 milhões.
Quando decidimos em 2006 alocar 7 milhões de meticais aos distritos pretendíamos conferir uma nova vitalidade à actividade social e económica nas zonas rurais do nosso país. Esta medida foi, na realidade, a face mais visível da descentralização, a materialização do nosso compromisso de dar cada vez mais poder ao nosso Povo, a maior riqueza de que este nosso belo Moçambique se pode orgulhar.
O efeito político, social e económico dos 7 milhões é substancial como consideráveis são os novos desafios que esta realidade faz emergir como sublinharam alguns internautas neste blog. A possibilidade de interagir com os nossos jovens através deste espaço virtual é uma oportunidade para expor alguns desses avanços e desafios e para buscar aconselhamentos sobre o que mais pode ser feito neste âmbito para um maior impacto desta experiência inovadora.
No aspecto económico, os 7 milhões podem ser vistos como uma arma para tornar a economia Moçambicana mais inclusiva em vários sentidos. Inclusiva, por exemplo, por dar a todos os nossos distritos recursos para financiarem a produção de mais comida e geração de mais postos de trabalho, actividades económicas com um grande potencial para que mais moçambicanos garantam a participação desses espaços geográficos e políticos no desenvolvimento da economia nacional. Inclusiva também por criarem a facilidade para que indivíduos de extractos sociais humildes, que de outro modo não teriam como financiar as suas iniciativas económicas, tenham a possibilidade de serem actores reais na vida económica do país. Assim, moçambicanos de todas as regiões da nossa Pátria Amada passaram a contar com uma fonte de financiamento para viabilizar a expansão das suas áreas de cultivo, diversificação da sua produção e aumento da produtividade agrária. Neste sentido os 7 milhões são um poderoso instrumento da Revolução Verde, ao permitir que muitos mais produtores agrários tenham a possibilidade de adquirir sementes melhoradas e outros insumos, incluindo tecnologias apropriadas, essenciais para a viabilização do nosso plano que visa conferir-nos autonomia em certas culturas e combater a fome – foi para mim muito agradável ouvir, no dia 1 de Outubro, dos meus concidadãos de Memba, distrito que era ciclicamente afectado por fome com óbitos, dizer que esse flagelo está a ser debelado!
Numa outra vertente, os 7 milhões induzem o surgimento de novos postos de trabalho em áreas como latoaria, confecções de vestuário, materiais de construção e agro-processamento não só da produção agrária como também de fruta. Os resultados deste empenho dos moçambicanos estiveram, uma vez mais este ano, expostos na FACIM e o desafio da embalagem tornou-se mais evidente ainda.
O efeito dos 7 milhões não se esgota nas pessoas, que directamente, recebem o financiamento ou são empregues por aqueles que recebem o financiamento. Na verdade, a melhoria das suas rendas leva-os a buscarem melhor habitação, consumo doméstico, laser e educação e isto significa que alguém com capacidade e vocacionado para oferecer estes serviços entra na rede, um assunto que exploramos no texto sobre emprego neste blog.
Todavia, o efeito positivo dos 7 milhões estende-se para outras áreas além da económica. Pode-se referir, em primeiro lugar, ao reforço da sociedade civil que ganha expressão através dos conselhos consultivos, órgãos que aprimoram a sua capacidade de avaliar prioridades e viabilidade e sustentabilidade de projectos a financiar. Neste exercício de debate e de avaliação, estes fóruns projectam-se como escolas de construção de consensos pois o consenso é essencial para se seleccionarem alguns projectos a partir de uma lista relativamente extensa.
Os 7 milhões são também embriões de uma escola de boa governação. Ao colocar recursos nos distritos, os conselhos consultivos e o nosso povo pressionam e influenciam as autoridades administrativas para as boas prática de prestação de contas. Afinal, os recursos disponibilizados têm de ser usados com transparência, probidade e racionalidade.
Finalmente, quero-me referir ao efeito dos 7 milhões na promoção da liberdade de expressão ao longo de todo o nosso país. Em várias ocasiões e, particularmente, no âmbito da Presidência Aberta e Inclusiva, temos ouvido o nosso povo a expressar-se em plena liberdade, pugnando resolutamente pela boa governação, pela responsabilização e prestação de contas. Este é, na verdade, o maior ganho, aquele que terá uma poderosa influência na escolha das melhores opções locais para o desenvolvimento desta Pérola do Índico.
Estes são ganhos que importa reforçar, expandindo o volume de recursos que serão descentralizados para os distritos e para serem geridos com a activa participação do Conselho Consultivo.
Ao avaliarmos o impacto dos 7 milhões tenhamos em conta não só os problemas de gestão e de reembolso, que são reais, mas também os factores de indução de auto-estima e de um desenvolvimento sustentável e endógeno, protagonizado pelos seus beneficiários: o nosso Povo. Os problemas de gestão que se colocam, não devem ser vistos como originados pela baixa instrução dos que se encontram à frente dos processos pois isso seria negar que em instituições dirigidas por quadros com formação superior não há problemas de gestão. O que me parece que seja o desafio neste âmbito é a necessidade de tornar cada vez mais claros, para todos os intervenientes, os critérios de acesso a estes recursos. Isto implica a premência de mostrar quão transparente é o processo de avaliação dos vários projectos apresentados. Quanto à questão de reembolso, que também se enquadra na gestão, urge a necessidade de melhorar a capacidade de todos os agentes intervenientes para estabelecerem períodos de reembolso cada vez mais realistas, que tenham em conta o verdadeiro ciclo dos projectos. A nossa experiência dos últimos anos ensina-nos que as alegações de fraco desempenho nos reembolsos nem sempre tomam em consideração a natureza diferente dos projectos financiados. Gostaria de reiterar que os 7 milhões são direccionados aos nossos compatriotas pobres que através do reembolso permitem que outros pobres tenham acesso a estes recursos e, ao mesmo tempo, aumente a capacidade de empréstimo a mais pobres. São recursos que contribuem para elevar a sua auto-estima e para combater a prática de mão estendida. Por isso, seria demagógico partilhar da opinião de que os mutuários não devem devolver o empréstimo. Eles devem-no aos seus pares, também pobres, que querem libertar-se da pobreza.
Conto convosco para um debate que projecte cada vez mais luz às diferentes opções de desenvolvimento rural e nacional com que o nosso país possa contar.

Armando Emílio Guebuza

(Presidente da Republica de Moçambique, Presidente da FRELIMO e Candidato Presidencial da FRELIMO)



23/09/2009

Emprego: Problemática transversal requerendo intervenções multisectoriais

Caros compatriotas,

A vossa rápida resposta à minha proposta de debate agrada-me sobremaneira. Sinto que valeu a pena abrir mais este canal para interagir com os meus compatriotas.

Uma das questões que nesta página já me foi colocada prende-se com a minha visão sobre o emprego. Gostaria de trazer à atenção dos meus compatriotas que esta é uma das questões que se encontra no centro das minhas preocupações desde que assumi a Presidência da República em 2005.

Reconhecendo o seu carácter transversal, eu e o meu Governo, sob a direcção da FRELIMO, defendemos uma abordagem holística desta problemática e assumimos que se trata de uma questão que afecta todos os nossos compatriotas, homens e mulheres, jovens e adultos, no campo e na cidade.

Por esta razão, esta abordagem passa pela articulação entre as políticas e investimentos públicos, por um lado, e as iniciativas empresariais, cívicas e individuais, por outro. Vou me referir a alguns dos programas em curso e que a FRELIMO e eu próprio pretendemos impulsionar.

No sector público demos grande ênfase às reformas, à revitalização do ensino profissional e à expansão do ensino superior. Como estarão recordados, na Campanha Eleitoral de 2004 prometi combater o burocratismo, o espírito de deixar andar, a corrupção e o crime. As reformas no sector público visam, em grande medida, alcançar estes objectivos, facilitando a vida do cidadão e impulsionando o nosso desenvolvimento.

Graças a estas reformas, os investidores nacionais e estrangeiros têm maiores facilidades para instalarem os seus empreendimentos e, deste modo, participar na geração de postos de trabalho para os nossos compatriotas. Temos hoje empreendimentos na área da educação, dos têxteis, de materiais de construção, de alimentos e bebidas, da hotelaria e turismo, das novas tecnologias de informação e comunicação, dos bio-combustíveis, do agro-processamento, de reflorestamento, da banca, consultoria e outros serviços, só para citar alguns exemplos, que se traduzem em milhares de postos de trabalho.

Um outro resultado das reformas é a descentralização de recursos para os distritos.

Vou-me referir aos 7 milhões de que cada Distrito passou a dispor, anualmente e a outros recursos descentralizados. Os 7 milhões, como a Revolução Verde, estimulam a produção de mais alimentos, atacando de frente o grave problema da fome e de abastecimento de mercados rurais e urbanos, catalisando iniciativas empresariais locais promissoras, com grande potencial para gerar postos de trabalho para mais moçambicanos.

Só neste quinquénio inicial, este exercício gerou mais de 108.000 postos de trabalho. Por exemplo, em Metoro, Distrito de Ancuabe, um jovem recebeu um financiamento dos 7 milhões para construir uma pensão. Ele já devolveu o empréstimo, o seu empreendimento está a prosperar e a empregar outros moçambicanos e agora projecta expandi-lo.

No Distrito de Nipepe, um outro jovem também recebeu esse financiamento para a produção de gergelim. Já devolveu o empréstimo e com os seus rendimentos adquiriu uma máquina para a produção de óleo e uma viatura de carga. Como estes há muitos outros exemplos de moçambicanos que estão a melhorar a sua renda e a empregar outros moçambicanos.

Para além dos 7 milhões, os distritos passaram a dispor de 2.5 milhões para investimento em infra-estruturas e de outros fundos, entre eles o de estradas e os dos sectores da saúde, educação e das águas. Para além disso, aprovamos o regulamento de contratação de empreitada de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado, a nível local.

Estes investimentos públicos e privados estão a induzir a procura de economistas, juristas, agrónomos, técnicos pecuários, jornalistas, planificadores físicos, sociólogos, gestores e muitos outros profissionais. Ao longo deste quinquénio temos tido oportunidade de interagir e de conviver com alguns destes nossos compatriotas.

A reforma do ensino profissional, a implementação da Estratégia de Emprego e Formação Profissional bem como a expansão do ensino superior têm em vista preparar a nossa juventude, em particular, para os desafios de emprego e auto-emprego, num ambiente de crescente concorrência nacional e no contexto da integração regional.

O facto de termos saltado de 34 escolas profissionais, em 2004, para 91, em 2009, e o facto de termos saído de 17 instituições de ensino superior, em 2004, para 38, em 2009, cobrindo todas as províncias demonstra a minha determinação, que é partilhada com a FRELIMO, de garantir que os nossos jovens, imbuídos de um cada vez maior sentido de auto-estima, explorem as oportunidades de emprego que se estão a criar no nosso país.

Para mim, um jovem formado está em melhores condições para ler, explorar e beneficiar-se das oportunidades de geração de renda e de realização profissional. Neste quadro, a educação profissional e a expansão do ensino superior, nas mais diversas especialidades, vão ganhar novo ímpeto.

O programa “férias desenvolvendo o distrito” é uma das iniciativas juvenis que demonstra que jovens formados estão, efectivamente em melhores condições para ler, explorar e beneficiar-se das oportunidades de emprego e de auto-emprego em Moçambique. Numa feliz parceria com o Governo estes jovens não buscam apenas oportunidades de emprego no distrito como também contribuem para tornar excepção e uma raridade a falta de quadros com formação superior onde têm um elevado impacto no combate contra a pobreza.

Ao fim dos 5 anos podemos dizer que demos alguns passos na criação de mais postos de trabalho para os nossos compatriotas. Neste processo fiquei com a impressão de que um dos grandes desafios que se nos coloca, como moçambicanos, talvez se radique na nossa capacidade de explorar as oportunidades que vão emergindo, em todo o nosso solo pátrio.

Ao longo deste quinquénio ganhamos uma considerável experiência na implementação de uma estratégia multi-sectorial de geração de postos de trabalho.

Sabemos que ainda muito falta fazer para aprimorar esta estratégia.

Também reconhecemos que a Unidade Nacional e a cultura de paz são factores de grande relevo para que mais investimentos resultem na oferta de mais postos de trabalho.

Colocadas algumas das linhas da minha visão sobre emprego aguardo então pelos vossos conselhos. Metodologicamente irei anotar as contribuições que irão sendo feitas e depois de algum tempo voltarei a intervir para sumarizar e lançar um novo tema.


Armando Emílio Guebuza

(Presidente da Republica de Moçambique, Presidente da FRELIMO e Candidato Presidencial da FRELIMO)

17/09/2009

MOÇAMBIQUE: Explorando outras formas de consolidação da cidadania

No âmbito da Presidência Aberta e Inclusiva, visitei os Centros Multimédia Comunitários de Chitima, na Província, de Tete, de Chokwe, na Província de Gaza e da Catembe, na Cidade de Maputo. Os jovens gestores e beneficiários destes Centros, interpretando o sentimento de outros compatriotas nossos, pediram-me, na altura para fazer o uso das tecnologias de informação e comunicação para com eles e com outros compatriotas interagir. Argumentavam, e bem, que esta seria uma das formas de complementar a própria Presidência Aberta e Inclusiva rica em conselhos para uma governação liderada e cada vez mais próxima do nosso maravilhoso Povo, a maior riqueza da nossa Pátria Amada.

Ao longo das semanas subsequentes fui pensando na melhor forma de tornar realidade a recomendação destes jovens. Como é óbvio, havia que ponderar nas questões de disponibilidade de tempo não só para sistematizar as reflexões que seriam partilhadas com os utilizadores das novas tecnologias de informação e comunicação, mas, sobretudo, para responder em tempo útil às interpelações que me seriam feitas.
Durante os comícios populares, reuniões com personalidades influentes e contactos interpessoais, no quadro da Campanha Eleitoral, a proposta dos jovens de Chitima, Chokwe e Catembe ressurgiu como uma proposta válida e pertinente. Na verdade, para além daqueles jovens, o nosso belo Moçambique orgulha-se hoje de possuir já uma massa crítica de internautas que, entre si, trocam informações e escalpelizam a Nação nas suas diferentes dimensões. Este é um grupo que dá conteúdo à grande capacidade crítica e analítica do heróico Povo Moçambicano.

Decidi pois avançar já em dar expressão ao conselho que me foi dado por aqueles jovens e juntar-me ao cada vez mais crescente círculo de debate virtual sobre esta Pérola do Índico. Sei que esta é uma forma de interagir também com internautas de todo o mundo que se interessam por Moçambique e pelo seu progresso e paz.
Pretendo participar convosco no debate sobre os desafios enfrentados pelos jovens, pelas mulheres e por todos os nossos outros compatriotas. Vou também partilhar as coisas que acredito que foram bem feitas pelo nosso Povo porque acredito que, talvez, possamos juntos identificar formas de fazê-las melhor. O ponto de partida poderia ser o conjunto das realizações do governo entre 2005 e 2009, o Manifesto Eleitoral e o Meu Compromisso. Estes instrumentos conduzem-nos aos grandes desafios do presente e do futuro. São desafios que conheço e reconheço e, entre eles, destacam-se as questões da educação para as nossas crianças e jovens, a habitação, o emprego para os jovens, o abastecimento de água e infra-estruturas que facilitem o desenvolvimento com destaque para as estradas, pontes, energia e telefonia móvel e fixa.
Daqui em diante vou incluir esta nova forma de comunicação, esta nova forma de consolidar a cidadania. Espero ter o privilégio de interagir com os nossos internautas moçambicanos e com todos aqueles que se interessam pelo desenvolvimento desta Pátria de Heróis pelo mundo fora.

Estão todos convidados ao debate.

Armando Emílio Guebuza
(Presidente da Republica de Moçambique, Presidente da FRELIMO e Candidato Presidencial da FRELIMO)