24/10/2011

MARINHA MERCANTE:Seu potencial para aproximar Moçambique e Noruega

Senhor Ministro dos Transportes e Comunicações;



Senhores Membros do Conselho de Ministros;


Senhores Vice-Ministros;


Senhora Governadora da Cidade de Maputo;


Senhor Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo;


Senhor Presidente do Conselho de Administração da Empresa Caminhos de Ferro de Moçambique;


Distinta Embaixadora do Reino da Noruega;


Ilustres Chefes das Missões Diplomáticas e Consulares;


Distintos empresários;


Minhas Senhoras e Meus Senhores.


Estamos em crer que o baptismo, amanhã, do navio norueguês com o nome Hoeg Maputo, é um pequeno e singelo gesto em sí que, ao mesmo tempo, está carregado de simbolismo transcendental e significado profundo, no contexto das relações de amizade, solidariedade e cooperação entre a República de Moçambique e o Reino da Noruega. Os nossos povos lançaram a semente destas excelentes relações durante a nossa Luta de Libertação Nacional.


Nessa altura, o Reino da Noruega tomou a decisão de dar apoio multiforme ao nosso movimento de libertação e reconhecer-lhe como legítimo representante das aspirações do nosso Povo, sob dominação estrangeira.

Estas relações viriam a ganhar um maior ímpeto, depois da nossa Independência Nacional, com vários programas de apoio à reconstrução nacional e ao desenvolvimento da nossa Pátria Amada. Na área da Marinha Mercante, o apoio do Reino da Noruega foi fundamental para a operacionalização dos serviços de cabotagem, tendo, neste contexto, contribuído para a formação e afirmação da empresa Navique. O Reino da Noruega deu-nos um valioso apoio para o estabelecimento da Escola Náutica e para a operacionalização dos serviços de hidrografia marítima, através do Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação.

Graças a esse apoio nestas diferentes áreas da nossa marinha mercante, temos muitos quadros moçambicanos formados e a darem a sua contribuição para o desenvolvimento deste sector. Além desses quadros, a parceria entre o Governo de Moçambique e o Reino da Noruega abriu espaço para a participação do sector privado em importantes áreas da nossa economia.

Por isso, a cerimónia de baptismo do navio, amanhã, tem o condão de lançar uma nova semente, que, na fertilidade gerada pelas nossas excelentes relações político-diplomáticas, tem grandes possibilidades de brotar robusta para se transformar numa frondosa árvore, na sombra da qual as nossas relações no sector da marinha mercante vão certamente florescer. A experiência norueguesa nesta área é milenar e é reconhecida em todos os quadrantes do mundo.

Hoje, esta indústria e os serviços navais agigantaram-se para se colocarem ao lado do petróleo e do gás como promotores do desenvolvimento do vosso belo País e do reforço das relações com outros países do mundo, incluindo o nosso.

Minhas Senhoras e Meus Senhores

A nossa posição geográfica, que nos coloca como uma idílica varanda do Índico, e os mais de 2 700 quilómetros de linha de costa e as nossas abundantes águas interiores constituem uma base fundamental para o desenvolvimento da marinha mercante, quer seja no âmbito marítimo, quer seja no âmbito fluvial quer seja ainda no âmbito lacustre. Por isso, nós temos o potencial para a prosperidade de uma indústria e serviços navais para a marinha mercante, nas suas diferentes vertentes, dimensões e áreas transversais.

Temos assim condições para o desenvolvimento da indústria de transporte de passageiros e carga ao longo da costa, nos lagos e nos rios que sulcam esta Pérola do Índico. Neste quadro, a marinha mercante tem um papel fundamental para a redução dos preços de transacção de bens e serviços para o nosso Povo e para uma grande parte dos povos dos países vizinhos.

Na marinha de pesca buscamos parte das soluções para os nossos problemas de fome e de melhoria da dieta alimentar.

O nosso potencial nesta área é enorme não só para resolver problemas nutricionais como também para gerar mais postos de trabalho e renda para muitos dos nossos compatriotas.

No mar temos igualmente recursos indutores do aumento das nossas exportações que muito contribuem para o equilíbrio da nossa balança comercial e para divulgar o nome desta Pérola do Índico noutras partes do mundo, através dos nossos produtos.

A nossa costa, salpicada de ilhas paradisíacas, tem um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo, nas suas mais variadas formas. Destaque vai aqui para a indústria de cruzeiros, para o desporto náutico e para as outras actividades recreativas e de lazer que podem impulsionar, mais ainda, as indústrias culturais, a hotelaria e outros serviços, incluindo os da área de transportes aéreos e terrestres.

Queremos recordar à ilustre audiência que a distância que separa as nossas praias, de águas mornas, dos parques e reservas é muito curta: nem a televisão de alta definição pode substituir a experiência, em primeira mão, de contemplar a nossa fauna bravia!

Dada a rede de outros serviços de apoio à marinha mercante, entre eles a autoridade marítima, a formação náutica, as operações ferro-portuárias e a investigação marinha, ela, a marinha mercante, portanto, dinamiza muitos outros sectores de actividade. Promove, assim, a criação de oportunidades de negócio e emprego que não se situam apenas ao longo da nossa costa, nas muitas ilhas, nas nossas águas territoriais, e nas águas interiores mas também noutros sectores de actividade e no interior desta Pérola do Indico.


Minhas Senhoras e Meus Senhores

Em reconhecimento do nosso potencial neste sector, definimos como prioridade o seu fortalecimento, com incidência para a reactivação da cabotagem costeira tendo em vista facilitar o abastecimento do nosso Povo em bens essenciais e contribuir para a comercialização agrícola e de outros produtos, bem como para o transporte de insumos. Temos igualmente estado a proceder à reabilitação dos portos e caminhos-de-ferro e a melhorar a qualidade de outros serviços de apoio à marinha mercante.

Temos ainda estado a impulsionar o sistema intermodal de transporte para facilitar a circulação de pessoas e bens.

É na melhoria da nossa prestação nesta área que enquadramos a cerimónia de baptismo, amanhã, do navio norueguês, com um nome moçambicano. Neste quadro, acreditamos que existe uma grande possibilidade de combinar a experiência milenar de navegação e de indústria naval do Reino da Noruega com o potencial para o investimento na nossa costa e águas interiores.

Este potencial de investimento cresce, mais ainda, se tivermos em conta, as excelentes relações de amizade, solidariedade e cooperação entre os nossos dois países e as novas oportunidades que são criadas pela indústria extractiva, particularmente a mineira.

Esperamos pois que a cerimónia que tem lugar amanhã seja por todos nós vista como uma janela de oportunidade para o reforço e diversificação da cooperação entre os nossos dois países, contando, neste caso particular, com a activa participação do sector privado.


Aliás, a marinha mercante demonstra como não há países distantes, uns dos outros, quando a vontade e a determinação de desenvolverem uma cooperação estreita é muito forte, como no caso de Moçambique e da Noruega.



Muito obrigado pela vossa atenção.



 
(Comunicação de Sua Excelência Armando Emílio Guebuza, Presidente da República de Moçambique, no jantar organizado para os empresários convidados ao baptismo do navio Hoeg Maputo)

1 comentário:

  1. GOSTARIA DE PARABENIZAR A NOSSA LINDA MOÇAMBIQUE, PELO EMPENHO DO SEU GOVERNO, EM ATIVAR DE MANEIRA PUJANTE A
    MARINHA MERCANTE NACIONAL. Teremos imenso prazer em vermos a bandeira Moçambicana arvorando nos mastros de seus Navios em todos os continentes.

    Pais Forte = Marinha Mercante desenvolvida

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