23/09/2011

HIV e SIDA: O que mais pode a juventude fazer para combater este flagelo?

Uma vez mais é um prazer enorme interagir com os internautas e com os jovens, em particular, para tratar de assuntos que nos preocupam como moçambicanos. Ficamos impressionados com a determinação dos nossos jovens em serem heróis da nossa libertação da pobreza. Lemos isso, e com muito orgulho nos links que estabeleceram com o nosso blog.


Desta vez queremos abordar os desafios que o HIV e SIDA nos impõe, como Nação, e à nossa juventude, o outro nome do nosso futuro, como sublinhámos em intervenções anteriores. Hoje, mais de 350 mil jovens moçambicanos vivem com o HIV e SIDA. Entre os jovens, um particular destaque vai para o facto de maior parte das infecções ser entre as mulheres que são mais vulneráveis, como resultado do desiquilíbrio nas relações de género, a persistência de comportamentos de risco, o início precoce da actividade sexual, o acesso limitado aos serviços básicos de saúde e à informação sobre o HIV e SIDA.


Em Moçambique os jovens são o recurso mais importante para levarmos a pobreza de vencida pois, constituem a maioria do nosso maravilhoso Povo. São também os jovens que constituem a maioria em todos os sectores da vida social e económica na nossa Pátria Amada. No entanto, o SIDA revela-se como uma ameaça à realização deste nosso desiderato colectivo de vencer a pobreza porque não permite que parte dos nossos jovens realize o seu potencial.


Esta é uma inquietação que gostaríamos de partilhar convosco, caros internautas, e com os nossos jovens em particular. Para além disso temos outras quatro questões que nos intrigam:


1. Porque é que alguns dos jovens que sabem como se transmite o HIV e SIDA ainda continuam a ser vítimas deste vírus mortífero?


2. Porque é que sabendo que a detecção precoce pode levar o pessoal da saúde a ter mais sucessos na contenção da doença, nem todos adiram ao teste?


3. Porque é que quando alguns jovens descobrem que estão infectados não recorrem ao aconselhamento?


4. Porque é que o resultado das campanhas, entre jovens e adultos, sobre o perigo desta doença está abaixo das nossas expectivas?


Queremos deixar uma palavra de gratidão e de encorajamento aos jovens que realizam trabalho na área da prevenção e do combate ao HIV e SIDA e aos que dão amparo aos afectados e infectos pelo vírus. Estão a realizar uma tarefa nobre e louvável para Moçambique e para o seu Povo heróico.


Para terminar voltamos à nossa pergunta inicial: O que mais pode a juventude fazer para combater este flagelo no seu seio e no seio da sociedade moçambicana?


Gostaríamos de convidar-vos para mais esta reflexão.



Armando Emílio Guebuza

(Presidente da República de Moçambique)