Senhores Membros do Conselho de Ministros;
Senhores Vice-Ministros;
Senhora Governadora da Cidade de Maputo;
Senhor Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo;
Senhor Presidente do Conselho de Administração da Empresa Caminhos de Ferro de Moçambique;
Distinta Embaixadora do Reino da Noruega;
Ilustres Chefes das Missões Diplomáticas e Consulares;
Distintos empresários;
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
Estamos em crer que o baptismo, amanhã, do navio norueguês com o nome Hoeg Maputo, é um pequeno e singelo gesto em sí que, ao mesmo tempo, está carregado de simbolismo transcendental e significado profundo, no contexto das relações de amizade, solidariedade e cooperação entre a República de Moçambique e o Reino da Noruega. Os nossos povos lançaram a semente destas excelentes relações durante a nossa Luta de Libertação Nacional.
Nessa altura, o Reino da Noruega tomou a decisão de dar apoio multiforme ao nosso movimento de libertação e reconhecer-lhe como legítimo representante das aspirações do nosso Povo, sob dominação estrangeira.
Estas relações viriam a ganhar um maior ímpeto, depois da nossa Independência Nacional, com vários programas de apoio à reconstrução nacional e ao desenvolvimento da nossa Pátria Amada. Na área da Marinha Mercante, o apoio do Reino da Noruega foi fundamental para a operacionalização dos serviços de cabotagem, tendo, neste contexto, contribuído para a formação e afirmação da empresa Navique. O Reino da Noruega deu-nos um valioso apoio para o estabelecimento da Escola Náutica e para a operacionalização dos serviços de hidrografia marítima, através do Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação.
Graças a esse apoio nestas diferentes áreas da nossa marinha mercante, temos muitos quadros moçambicanos formados e a darem a sua contribuição para o desenvolvimento deste sector. Além desses quadros, a parceria entre o Governo de Moçambique e o Reino da Noruega abriu espaço para a participação do sector privado em importantes áreas da nossa economia.
Por isso, a cerimónia de baptismo do navio, amanhã, tem o condão de lançar uma nova semente, que, na fertilidade gerada pelas nossas excelentes relações político-diplomáticas, tem grandes possibilidades de brotar robusta para se transformar numa frondosa árvore, na sombra da qual as nossas relações no sector da marinha mercante vão certamente florescer. A experiência norueguesa nesta área é milenar e é reconhecida em todos os quadrantes do mundo.
Hoje, esta indústria e os serviços navais agigantaram-se para se colocarem ao lado do petróleo e do gás como promotores do desenvolvimento do vosso belo País e do reforço das relações com outros países do mundo, incluindo o nosso.
Minhas Senhoras e Meus Senhores
A nossa posição geográfica, que nos coloca como uma idílica varanda do Índico, e os mais de 2 700 quilómetros de linha de costa e as nossas abundantes águas interiores constituem uma base fundamental para o desenvolvimento da marinha mercante, quer seja no âmbito marítimo, quer seja no âmbito fluvial quer seja ainda no âmbito lacustre. Por isso, nós temos o potencial para a prosperidade de uma indústria e serviços navais para a marinha mercante, nas suas diferentes vertentes, dimensões e áreas transversais.
Temos assim condições para o desenvolvimento da indústria de transporte de passageiros e carga ao longo da costa, nos lagos e nos rios que sulcam esta Pérola do Índico. Neste quadro, a marinha mercante tem um papel fundamental para a redução dos preços de transacção de bens e serviços para o nosso Povo e para uma grande parte dos povos dos países vizinhos.
Na marinha de pesca buscamos parte das soluções para os nossos problemas de fome e de melhoria da dieta alimentar.
O nosso potencial nesta área é enorme não só para resolver problemas nutricionais como também para gerar mais postos de trabalho e renda para muitos dos nossos compatriotas.
No mar temos igualmente recursos indutores do aumento das nossas exportações que muito contribuem para o equilíbrio da nossa balança comercial e para divulgar o nome desta Pérola do Índico noutras partes do mundo, através dos nossos produtos.
A nossa costa, salpicada de ilhas paradisíacas, tem um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo, nas suas mais variadas formas. Destaque vai aqui para a indústria de cruzeiros, para o desporto náutico e para as outras actividades recreativas e de lazer que podem impulsionar, mais ainda, as indústrias culturais, a hotelaria e outros serviços, incluindo os da área de transportes aéreos e terrestres.
Queremos recordar à ilustre audiência que a distância que separa as nossas praias, de águas mornas, dos parques e reservas é muito curta: nem a televisão de alta definição pode substituir a experiência, em primeira mão, de contemplar a nossa fauna bravia!
Dada a rede de outros serviços de apoio à marinha mercante, entre eles a autoridade marítima, a formação náutica, as operações ferro-portuárias e a investigação marinha, ela, a marinha mercante, portanto, dinamiza muitos outros sectores de actividade. Promove, assim, a criação de oportunidades de negócio e emprego que não se situam apenas ao longo da nossa costa, nas muitas ilhas, nas nossas águas territoriais, e nas águas interiores mas também noutros sectores de actividade e no interior desta Pérola do Indico.
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Em reconhecimento do nosso potencial neste sector, definimos como prioridade o seu fortalecimento, com incidência para a reactivação da cabotagem costeira tendo em vista facilitar o abastecimento do nosso Povo em bens essenciais e contribuir para a comercialização agrícola e de outros produtos, bem como para o transporte de insumos. Temos igualmente estado a proceder à reabilitação dos portos e caminhos-de-ferro e a melhorar a qualidade de outros serviços de apoio à marinha mercante.
Temos ainda estado a impulsionar o sistema intermodal de transporte para facilitar a circulação de pessoas e bens.
É na melhoria da nossa prestação nesta área que enquadramos a cerimónia de baptismo, amanhã, do navio norueguês, com um nome moçambicano. Neste quadro, acreditamos que existe uma grande possibilidade de combinar a experiência milenar de navegação e de indústria naval do Reino da Noruega com o potencial para o investimento na nossa costa e águas interiores.
Este potencial de investimento cresce, mais ainda, se tivermos em conta, as excelentes relações de amizade, solidariedade e cooperação entre os nossos dois países e as novas oportunidades que são criadas pela indústria extractiva, particularmente a mineira.
Esperamos pois que a cerimónia que tem lugar amanhã seja por todos nós vista como uma janela de oportunidade para o reforço e diversificação da cooperação entre os nossos dois países, contando, neste caso particular, com a activa participação do sector privado.
Aliás, a marinha mercante demonstra como não há países distantes, uns dos outros, quando a vontade e a determinação de desenvolverem uma cooperação estreita é muito forte, como no caso de Moçambique e da Noruega.
Muito obrigado pela vossa atenção.
(Comunicação de Sua Excelência Armando Emílio Guebuza, Presidente da República de Moçambique, no jantar organizado para os empresários convidados ao baptismo do navio Hoeg Maputo)
GOSTARIA DE PARABENIZAR A NOSSA LINDA MOÇAMBIQUE, PELO EMPENHO DO SEU GOVERNO, EM ATIVAR DE MANEIRA PUJANTE A
ResponderEliminarMARINHA MERCANTE NACIONAL. Teremos imenso prazer em vermos a bandeira Moçambicana arvorando nos mastros de seus Navios em todos os continentes.
Pais Forte = Marinha Mercante desenvolvida